A DOR DA VAIA

Fui vaiado uma única vez, uma vai não tão importante assim. Era um torneio pela semana do policial, oficiais subalternos do 9 BPM, contra os do 1 BPM, eu pelo 9 BPM. 14 horas, um calorão do outono de 1988. Entramos na quadra em quatro tenentes, os outros estavam chegando, mas não chegaram e lá fomos nós, fardamento desbotado, sem um torcedor sequer, do outro lado dez tenentes com os do banco, o treinador, na torcida quatro turmas de recrutas. Ligeirinho estávamos tomando quatro, quando despontou na entrada do Ginásio mais um dos nossos, pronto, agora estávamos em igualdade.

Nada feito, tomamos mais três e fizemos só um.

Sobre a vaia?

- A Dilma tem colecionado muitas delas, quase todos os dias, leva algumas. Fico pensando como deve doer, pois chegam com os acompanhamentos, de fora, impedimento, roubalheira, bando disto, bando daquilo.

A minha dói até hoje, aqueles 200 recrutas, gritando buuu, olha o peixe, hahaha, levei um corte e fui parar na rede enganchado pela perna. Depois cada vez que eu chegava perto da bola, mais vaias.

Aos poucos fui trocando o futebol pela bicicleta.

A Dilma poderia comprar uma bicicleta!

ItamarCastro
Enviado por ItamarCastro em 17/03/2015
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