Uma Crônica Estranha

Naquela manhã acordei magoado, meio chateado com algumas coisas que estava vivendo em minha vida. Trabalho, estudos, correria do dia a dia, meu coração fechado para o amor etc. Tudo tendia para ser mais um Domingo entediante, chato e mais. Como tenho costume de acordar cedo, fui à padaria comprar pão quando fui chamado atenção. Eu vi uma criança, na verdade ela estava na porta da minha casa, eu lhe perguntava o nome e ela não me dizia, era branca, uma menina linda, parecia perdida dos pais, mas também tinha um olhar que só nos meus avós eu vejo. Como uma criança qualquer ela correu para a rua, desesperado fui atrás daquele anjinho doce, ah como criança tem vida! Fez-me correr durante um tempo, me levou a uma praça. Como era domingo, havia ali pais e filhos. Eu chamava a menina e ela continuava a rir, ah como sinto saudade daquele sorriso. Algumas pessoas me olhavam, eu olhava para ela com ar de admiração. Seu vestido era rosinha e tinha um cordão de coração, estava tão cansado que me sentei perto dela no chão e comecei a conversar com ela. As pessoas continuam a me olhar. Ela segurou em minha mão. Me fez deitar naquela grama e dormir! Parece loucura, passamos daquele momento a ouvir e entender tudo o que as pessoas faziam e diziam. Os pais realmente preocupam-se com seus filhos, pensam até na faculdade. As mães gritam, na mente a vontade de agradar o marido com o almoço é grande! Ela segurava em minhas mãos e correndo fomos até um lugar que não sei onde é nem o que é. Tinha neste lugar um tela enorme, e lá um filme. Assisti! Chorei! Enquanto eu chorava ela acenava com a mão e me pedia para não chorar, só para analisar. Ela apontava para uma outra tela com um outro vido, num vídeo aparecia alguns anos, no outro o resto dos anos ainda não vividos. Chorei mais ainda, e lhe perguntei se havia uma saída. Ela sorriu.

Como aquela menina corria! Ela mostrou-me umas crianças todas de branco e cada uma delas tinha na blusa uma palavra. Depois daquele momento, fomos a um lugar que não quero compartilhar com vocês.

Acordei assustado. Estava no mesmo lugar, numa praça, com crianças e pais brincando. A menina já não se encontrava mais ali, eu não estava entendendo o recado! Acho que aquele episódio não foi nada, coisas da mente, não sei como depois de anos fui me lembrar disto. Hoje com meus filhos, minha esposa e meu cachorro neste parque sinto que nasci aqui.

Arthur Montenegro
Enviado por Arthur Montenegro em 22/03/2015
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