Para quem sabe ser anjo!

“Olá, Poeta”! Disse ela quando me viu. Eu sorri por dentro, porque no fundo eu gostava que ela me chamasse assim, mas contestei dizendo que poesias eram coisas grandes demais para mim. Ela continuou dizendo que estava com saudade até das minhas negativas e sorri novamente. Mas dessa vez, deixei que ela visse. Deixá-la ver o meu sorriso, era uma maneira de dizer que eu a queria por perto. Enquanto ela narrava a fase de transição que sua vida vinha passando, eu observava as orelhas dela. Lembrei que certa vez, ela me disse que nunca se incomodou com suas orelhas grandes, pois era a única coisa que havia herdado do pai, que morreu quando ela ainda tinha 10 anos. E eu achei linda a forma que ela transformou uma pequena imperfeição aos olhos dos outros, em um motivo a mais pra gostar de si mesma. Acho que por um descuido do destino, não nascemos irmãs. Ela me fez prometer que iria trabalhar menos e dizer mais sim aos convites pra sair de casa, e eu apenas pedi que ela voltasse. Sem prometer nada, como todas as vezes, ela saiu batendo suas asas de querubim e me deixou aqui ... gostando mais de mim.

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 26/03/2015
Código do texto: T5184256
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