O Mundo não é Preto e Branco

O Mundo não é Preto e Branco

Talvez se o fosse, o mundo fosse mais simples, mas fácil de entender, no entanto, seria aquela mesmice acachapante que impediria qualquer tipo de progresso ou diversidade.

Creio que,não por acaso, a bandeira dos LGBT seja um arco-íris, onde as cores se misturam e dão origem a novas cores, numa paleta quase que infinita.

Não, não vou falar dos LGBT, apenas me veio essa imagem à mente neste momento.

O fato é que temos a tendencia a polarizar tudo em nossas vidas ou em nosso convívio social, ou se é absolutamente contra ou absolutamente a favor de determinadas coisas. Pouco usamos de nossa capacidade para analisar fatos e tentar compreender o que se passa do outro lado do muro.

A mídia, no geral, também nos impele a esse tipo de ingerência de nossa capacidade cognitiva, quase que nos impondo palavras de ordem no que diz respeito a tudo e a todos. Nos enfiam goela abaixo estilos musicais, regras de comportamento social, opões políticas, produtos que devem ser consumidos em detrimentos de outros e por aí se vai.

A bem da verdade somos vítimas de uma lavagem cerebral intensa e massificante, que, paradoxalmente, usa como desculpa, exatamente, evitar uma lavagem cerebral presumivelmente causada por valores antigos, que hoje se consideram ultrapassados e demodê.

Quando um programa de televisão nos “enfia goela abaixo” determinado modismo musical com a desculpa de que, em assim agindo, está abrindo espaço para novas manifestações culturais e, exaustivamente reforça o fato de que esse movimento “tem” de ser visto com bons olhos por todos, (ainda que as mensagens implícitas ou explícitas em suas letras levem à apologia à futilidade e à falta de responsabilidade para com a sociedade e outros seres humanos) o que ele faz é simplesmente impôr sua própria perspectiva, baseada na manutenção de altos índices de audiência e consequentemente na alavancagem de patrocínios.

Compreender que o mundo não é preto e branco, não nos obriga a gostar de uma ou outra cor existe a nem a aceitar completamente determinados comportamentos, a compreensão de que existe uma diversidade não pode e nem deve ser um limitador para nossas próprias crenças ou conceitos. A diversidade existe para que, ao tomarmos consciência da mesma, usemos nossos próprios filtros para estabelecer o que nos convém ou não agregar às nossas próprias concepções.

Infelizmente, mesmo entre os ditos intelectuais, tais filtros não são aplicados pois lhes convém “dançar conforme a música” para garantirem seu espaço junto à mídia cooptada.

Pior ainda é que nossa juventude não tem , via de regra, filtro nenhum pois é vítima, há décadas dessa manipulação de valores ou da falta deles.

Cabe a cada um aprender a filtrar, instalar seus filtros e não de deixar seduzir pelo discurso fácil , e muitas vezes mentiroso, de que “temos de seguir a maioria” para sermos respeitados.