Valparaíso perdido
Hotel Diego de Almagro, av. Libertador O'Higgins. 7h55.
Devo sair em poucos minutos... Estou ansiosa e um pouco assustada. Será que virão me buscar?
Faz frio. Gostaria que Claude estivesse comigo. Ainda me sinto tão insegura sem ele embora me mostre autossuficiente e confiante. É difícil não tê-lo comigo para partilhar coisas boas e lugares bonitos.
A esta hora estaríamos ainda a caminho pois ele certamente estaria se arrumando e perfumando, tentando combinar as roupas e não gostando de nada. Nossas noites, aqui, seriam muito loucas!
Hoje fico vendo a tv... Triste!
Mostro sempre uma alegria falsa, com quem falo, e conto minhas "façanhas".
Quanta mentira!!
Aproveito os momentos mas sem qualquer emoção. Ele haveria descoberto lugares diferentes e inusitados! Ah, como não?
Teria adorado o Mercado e teríamos visto cada canto desta cidade que não fosse um ponto turístico. Ele teria ajeitado tudo de forma peculiar. Sem grupos, só nós.
Seria maravilhoso e aí, sim, eu teria histórias a contar. Hoje tenho fotos que nada dizem.
E, quem sabe, daqui a pouco tenha outras, sem graça, para lembrar Valparaíso.
Para que???