O PETROLÃO E A LEI CONTRA CORRUPÇÃO

A coisa começou ainda em 2005, mais precisamente no mês de julho daquele ano, quando o então presidente Lula, ladeado por Dilma (então ministra-chefe da Casa Civil), após o escândalo do mensalão, anunciou um pacote com cinco medidas contra a corrupção. De lá para cá passaram-se uma década da proposta e nada.

Foi necessária uma pressão externa do ‘Tio San’ (a empresa americana responsável por avaliar os balanços da Petrobrás, Pricewaterhouse Coopers, resolveu apertar a direção da estatal para o aprofundamento nas investigações dos desvios, com base nos critérios das leis anticorrupção dos EUA). Faísca suficiente para acender o pavio da bomba que os meios de comunicação nos apresentaram nos últimos dias.

Agora que começamos a puxar o fio da meada é que a coisa fica mais clara. Lembra do desespero do PT quando surgiu a hipótese de privatização da Petrobrás no governo de FHC? Pois é, acho que naquela época já tinham sob a mira o que se tornaria uma grande mina de recursos para se perpetuarem no poder (a corrupção ocorria entre funcionários e empresas, isso tinha de ser canalizado para fortalecer os interesses dos companheiros).

Lembro-me bem da falácia do pré-sal (Campo de Libra), na ocasião ouve uma grande surpresa em saber que gigantes do setor não quiseram participar do leilão (virou um negócio pra China - país comunista), em seguida estourou o episódio das espionagens realizadas sob encomenda dos gringos... Muitas coisas inusitadas surgiram no cenário do setor como a rápida ascensão de Eike Batista, a perda das duas refinarias da estatal na Bolívia (outro negócio da China, como a contratação dos médicos cubanos), o esquema da compra de Passadena – Texas – EUA, e por fim o petrolão.

Quando digo falácia do pré-sal é porque o mundo inteiro está buscando velozmente sair de uma matriz energética ambientalmente nociva, e na Terra Brasilis, surge a ‘grande idéia’ de dar força para continuar com investimentos no seguimento de exploração petrolífera. É lógico que ‘tem coelho nessa moita’, tem dinheiro suficiente para comprar aliados e fazer campanha política antecipada para perpetuação no poder.

Tem muita coisa a ser investigada ainda, e logo se verá que uma coisa puxa a outra, ou seja, a corrupção do nosso governo é sistêmica e orgânica... é só observar os envolvidos na mais nova ‘sensação do momento’, a corrupção no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), ligado a Receita Federal (operação Zelote).

Tenho uma sugestão, que tal se fosse feito um serviço completo, quero dizer, uma faxina geral. Vamos aproveitar e investigar o que anda ocorrendo na Eletrobrás e principalmente, no BNDES. Aguardem e verão o que estou sinalizando, se é que vai surgir mais um mecanismo vindo do estrangeiro para colocar uma ‘mosca na sopa’ de alguns empreendimentos gigantescos que surgiram nos últimos anos com desvios dessas estatais.

Doação de campanha? Tenho para mim que aquilo que se doa não se pega de volta com juros e correção. Isso é empréstimo a juros altíssimos. E eis que surge o chamado mecanismo de leniência para empresas corruptas, afinal de contas é tanta empresa corrupta que pode desestabilizar a economia do país. Mas o que dizer dos 70 bilhões de reais que o país perde por ano com a corrupção? Será que isso não é o que de fato está desestabilizando o Brasil?

Segundo pesquisas, se usarmos a equação CORRUPÇÃO + DESCASO + INCOMPETÊNCIA, perdemos um valor astronômico de cerca de 1 trilhão de reais por ano, isso mesmo, um valor equivalente as riquezas produzidas por muitos países por um ano, como por exemplo, a Argentina.

Crime de corrupção é o que denominamos no meio jurídico de ‘crime lesa-pátria’, é pior do que os crimes denominados de hediondos, o efeito é mais profundo, é como se cometesse um genocídio contra a nação. Porque penas tão brandas? Quem corrompeu e quem se deixou corromper não assumiu o risco? Acho que nesses casos a pena mínima seria o confisco de todos os bens e ‘pra fechar com chave de ouro’, prisão perpetua aos envolvidos.