Sorte pra quem tem

E as pequeninas “faltas de sorte” dos meus dias não cansam de me abraçar. Em contrapartida, eu estou cansada. Não pretendo gastar letras explicando os porquês, mas acho válido salientar que não tenho tido tempo pra me chatear. Já notei que entre tantas pessoas no mundo podemos contar só com a gente mesmo no final, mas também não sou o tipo de pessoa que não reconhece a ajuda que recebeu. E até gosto da pessoa que me tornei – e tenho me tornado, porque a transformação é constante – mas confesso que no fundo sinto um pouco de medo da solidão. A solidão, que minha imaginação fértil de menina, relacionava com um quarto em preto e branco e com apenas um cama, pra gente se encolher. E, esta pessoa de hoje, às vezes se lembra desse quartinho e percebe que não se prender lá dentro, também depende dela mesma. E por ser assim, é que tenho a certeza que meu medo, é tão pequenino quanto as minhas faltas de sorte diárias. Só que pra não correr o risco, eu continuo não permitindo que me vejam chorar, mas se em todo caso, de bom grado, me oferecerem um abraço... não serei eu, a besta de recusar. E que a sorte caminhe ao meu lado, pra que eu consiga ver mais cores no meu quarto.

*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 02/04/2015
Código do texto: T5192570
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