TRADIÇÃO DO SÁBADO DE ALELUIA
Há alguns anos atrás uns trinta e sete ou mais, eu morava em Oliveira Fortes ou em Paiva, pois já morei nas duas cidades.
Gostava de assistir todas festas da Semana Santa, desde o Domingo de Ramos até o Sábado de Aleluia que era então a alegria do povo, a descontração despois das festividades tristes e solenes de muito respeito e amor da semana inteira
Pois bem, vou contar mais precisamente do Sábado de Aleluia onde as festividades começavam cedinho, com a criançada arrastando bonecos de pano pelas pequenas cidades, pedindo balas. Além dos comerciantes muitas pessoas compravam pacotes de balas e deixavam para esta hora. Eu mesma sempre tinha o meu pacote de bala e cada grupo de crianças e adolescentes que passavam jogava um punhado de balas. Afinal era o dia da alegria.
O que mais me encantava era o que acontecia na praça da cidade antes do meio dia. Na véspera os festeiros pegavam objetos de muitas casas e ajuntava-os na praça num canto, com os endereços é claro, e por volta das dez horas os moradores iam para a praça ver malhar o Judas que se encontrava pregado numa cruz. E a cada malhada tinha uma brincadeira de fatos e boatos sobre os políticos, fazendeiros e demais pessoas bem conhecidas por todos, como comerciantes, barbeiro, costureira, diretora da única escola, algumas professoras...Era tudo invenção bem humorada e a cada invenção o povo gritava (uuuuuu) e um dos festeiros dava uma paulada no Judas da Praça. No final botavam fogo no Judas, e entregavam os pertences “roubados” das pessoas.
Quantas vezes meu ex sogro procurava a carroça para levar leite no ponto do caminhão, e não achava. Até o carro levaram uma vez e ninguém escutava nada. Nesta época eu morava com eles, pois tinha casado com quinze anos e meu esposo tinha dezoito, não tínhamos condições de ter nossa casa ainda. Até uma calça jeans do varal e um par de botas levaram e a bicicleta, até o cavalo da carroça. Cada ano levavam coisas diferentes.
Na cidade ninguém se ofendia e quando sumia alguma coisa já corriam na praça ou local do evento. Era muita festa e risada, alguns ficavam nervosos por causa da brincadeira de fatos e boatos, mas passava.
Para completar o Sábado de Aleluia, á noite sempre havia baile em muitas casas além da cidade. Os bailes eram de sanfonas, violas, cavaquinhos e violão (arrasta-pé). Era uma animação que só. Já no domingo era aquele almoço bom, depois da missa ou aquela preguiça e dormideira o dia inteiro.
Lembranças boas que tirei do meu baú de saudades da alma. Quanta saudade daquele tempo! Que saudade!
Há alguns anos atrás uns trinta e sete ou mais, eu morava em Oliveira Fortes ou em Paiva, pois já morei nas duas cidades.
Gostava de assistir todas festas da Semana Santa, desde o Domingo de Ramos até o Sábado de Aleluia que era então a alegria do povo, a descontração despois das festividades tristes e solenes de muito respeito e amor da semana inteira
Pois bem, vou contar mais precisamente do Sábado de Aleluia onde as festividades começavam cedinho, com a criançada arrastando bonecos de pano pelas pequenas cidades, pedindo balas. Além dos comerciantes muitas pessoas compravam pacotes de balas e deixavam para esta hora. Eu mesma sempre tinha o meu pacote de bala e cada grupo de crianças e adolescentes que passavam jogava um punhado de balas. Afinal era o dia da alegria.
O que mais me encantava era o que acontecia na praça da cidade antes do meio dia. Na véspera os festeiros pegavam objetos de muitas casas e ajuntava-os na praça num canto, com os endereços é claro, e por volta das dez horas os moradores iam para a praça ver malhar o Judas que se encontrava pregado numa cruz. E a cada malhada tinha uma brincadeira de fatos e boatos sobre os políticos, fazendeiros e demais pessoas bem conhecidas por todos, como comerciantes, barbeiro, costureira, diretora da única escola, algumas professoras...Era tudo invenção bem humorada e a cada invenção o povo gritava (uuuuuu) e um dos festeiros dava uma paulada no Judas da Praça. No final botavam fogo no Judas, e entregavam os pertences “roubados” das pessoas.
Quantas vezes meu ex sogro procurava a carroça para levar leite no ponto do caminhão, e não achava. Até o carro levaram uma vez e ninguém escutava nada. Nesta época eu morava com eles, pois tinha casado com quinze anos e meu esposo tinha dezoito, não tínhamos condições de ter nossa casa ainda. Até uma calça jeans do varal e um par de botas levaram e a bicicleta, até o cavalo da carroça. Cada ano levavam coisas diferentes.
Na cidade ninguém se ofendia e quando sumia alguma coisa já corriam na praça ou local do evento. Era muita festa e risada, alguns ficavam nervosos por causa da brincadeira de fatos e boatos, mas passava.
Para completar o Sábado de Aleluia, á noite sempre havia baile em muitas casas além da cidade. Os bailes eram de sanfonas, violas, cavaquinhos e violão (arrasta-pé). Era uma animação que só. Já no domingo era aquele almoço bom, depois da missa ou aquela preguiça e dormideira o dia inteiro.
Lembranças boas que tirei do meu baú de saudades da alma. Quanta saudade daquele tempo! Que saudade!