CACHAÇA ANTIGA

Ninguém é mais besta que o novo-rico deslumbrado quando se mete a apreciador das boas coisas da vida, como, por exemplo, comidas e bebidas. Ele sempre quebra a cara, mete os pés pelas mãos.

Numa certa roda de novos-ricos da nossa região, houve uma fase que eles estavam encantados com a cachaça envelhecida. Um ricaço de fora estivera com eles, um cara realmente cosmopolita e qiue sabia das coisas, e afirmou que muito melhor que uísque era cachaça antiga, dessas cuja garrafa estivesse com o rótulo estragado e quase inelegível e a tampa enferrujada. Eles ficaram excitados, de repente o uísque do paraguai, tomavam esse uísque sem saber que era falsificado não os satisfazia mais, queriam a tal cachaça antiga. Começou a caça ao tesouro. Um sarará malandro, acostumado a dar golpes nos manés, soube dessa tesão deles por cachaça antiga. Maquinou logo um plano. Comprou numa ponta de rua uma vinte garrafas de cachaça da pior qualidade, barata, dessas que é só álcool misturtado com açúcar. Depois foi a um chapa que era craque em computador, seu amigodo peito, e pediu que ele fabricasse no computador uns rótlos envelhecidos, meio borrados de ma certa cachaça, justamente a que os novos-ricos estavam procurando. De posse dos rútulos, depois de raspar os rótulos originais das garrafas. Mas faltava algo, pegou as garraffas e levou a uma farmácia de manipulação, um sujeito que era também seu chapa, com uns pereparados, conseguiu deixar as tampas das garrafas enferrujadas. Colou os novos rótulos, e partiu para o barzinho que os manés frequentavam e soprou a boa nova no ouvido do garçon que servia aos riquinhos. Foi tiro e queda, foii procurado por dois deles querendo saber da cachaça, ele disse que tinha adquuirindo um gradeado no sertão, tinha recebido esse tesouro como parte de um dinheiro que um sjeito lhe devia. Ofereceram para comprar o gradeado, mas o sarará se fez de cu doce, disse que só vendida a verejo, uma por uma e que o preço delas ia variar. Assim, ficou vendendo uma a uma as garrafas, commeçou por 50 rerais, subiu para 70 e foi até a cem. Detalhe: enquanto os novos-ricos se deliciavam com a "cachaça envelhecida", o sarará tomava numa mesinha próxima lapadas de sua bebida preferida, Campari, e tirava o gosto com queijo do reino que adorava, tudo pago pelos manés.

Mas quase no final das garrafas, quando o sarará já se preparava para repor o estoque, eis que brigou com sua morena, briga feia, e ela dedou o golpe aos malandros de um sinuca. O boato se espalhou, as pessoas riam demais. Os manes ficaram putos, mas não tentaram nada contra o sarará., o cara era disposto. Durante muito tempo os manés ficaram sem frequentar o barzinho. Mas tudo ja voltou ao normal. Eles continnuam bebendo e comendo o que não pesta e o sararádando novos golpes. Ces't la vie. Ou como diz Neguinho da Beija-Flor: "Malandro é malandro e mané é mané". E priu.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 27/04/2015
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