001 I love - Realmente Aconteceu

Depois de um tempo afastados, alguns desacertos muitos desencontros e dois rompimentos ele, enfim, voltou para a minha vida.

Entardecia e o céu de Campão estava deslumbrante e hoje, ligeiramente PERFEITO. Ele ligou para saber o porquê do meu silêncio no whats e para não parecer tão desesperadamente curioso, me convidou para fazer uma caminhada no calçadão do aeroporto. Fomos.Caminhamos, corremos e sorrimos um para o outro, entremeados na conversa de dois adultos que se conhecem, que se entendem e por mais distantes que possam parecer, nunca estão ausentes. Nunca dizendo nunca mais, deixando essa possibilidade flutuando na minha ansiedade.

Enquanto eu via o pequeno avião de guerra (ponto final da caminhada) se aproximar comecei a ficar silenciosa, pensativa, já que depois de cada novo encontro me sentia totalmente aberta para ele, quando, por razões que desconheço, ele sempre fazia questão de me magoar. Pensei em me despedir rapidamente e continuar a caminhada sozinha até em casa. Assim, evitaria a carona de carro com ele. Algo que levaria a outro sentimento, outras recordações tristes e quem sabe aos beijos e abraços e depois mais e mais dessa solidão estranha que ele me deixa quando vai embora.

Pensando em tudo isso não notei que ele me observava atento. Parou de repente e pegou minha mão. Devo ter feito uma cara estranha, pois ele me disse algo de forma carinhosa para me acalmar e em seguida virou de frente para mim, me obrigando assim a parar de caminhar e me pediu.

Pediu que eu o aceitasse novamente em minha vida. Estava sério, ao contrario do semblante displicente, estava falando sério. Nunca pensei que precisasse algum dia na vida engolir em seco para buscar dizer alguma coisa, mas aconteceu hoje enquanto as pessoas seguiam seu caminho pedalando ou correndo, ou gritando loucamente: Beija logo! Das janelas dos carros que passavam por ali naquele momento bem antes que eu pudesse dizer sim.

E disse sim! E agora?! Minha cabecinha loura começou a trabalhar a mil, gerando uma carga emocional imensa e fazendo com que meu olhar ficasse carregado o que ele notou imediatamente.

Convenhamos, não é fácil apagar a experiência, não é fácil acreditar mais uma vez. Estou mais propensa a desconfiar e isso ficou claro naquele momento só que, de repente, percebi que é isso que eu quero fazer agora e com ele.

Eu quero acreditar e eu quero todos os beijos dele para mim. Eu quero o sorriso dele logo cedo mesmo quando precisar passar a camisa as quatro e quarenta por que ele tem o dom da pontualidade. Eu quero fazer amor como sempre até dormir exausta em seu colo e que meus cabelos se espalhem desprevenidos ao toque dos seus dedos até que o amanhecer seja uma reinvenção de cores e formas.

Enfim, querem saber se nos beijamos no calçadão, sim. Durante meia hora. Não que já não tivesse feito isso antes, com ele, por quarenta minutos na Afonso Pena, fato devidamente registrado num dia dos namorados de um ano qualquer.

Agora, depois de chegar em casa, e escrever contando tudinho vou colocar glitter novo no sapato de cristal e vamos ao japonês.

#tudolindo

10-04-2015

19hs