Que bom!

Nem sempre lembro as coisas de que não gosto. Quando vejo, estão ali, como acrósticos. Regra rígida é uma delas, por isso a uso para excluir o estilo sem necessariamente ter isso como regra, não porque fosse contradição, claro. Mas as coisas que detesto, essas ignoro!

Há de se insistir para serem notadas. Estou sempre correndo delas. Quanto mais velho, mais rápido! É uma das vantagens da idade não muito tenra, se é que vocês me entendem... As que gosto são as que mais chateiam. São umas ingratas ausentes! Procuro, e as danadas põem sebo nas canelas! Ah, expressões antigas também evito: tirem o sebo das canelas que é uma delas. Procuro, as miseraveizinhas e tomaram doril... Bem a emenda me saiu p... A propósito de soneto: sou péssimo! Nesse caso eles é que, feiosos, me detestam: não sou um Pitangy do soneto. Na verdade, aprendi a gostar de muita coisa que não gostava. Isso deve fazer parte do processo de amadurecimento. A gente aprende os caminhos aonde se chega até o prazer daquela coisa, tipo o ponto G, até então desconhecido. O exemplo clássico em termos de sabor, degustação, foi o jiló: como quase todo pernambucano eu não gostava e jamais havia experimentado (acho que a culpa é do Gonzagão), mas em Minas... Oh! Minas Gerais... Descobri que jiló é como pimenta (pelo menos pra quem está aprendendo a gostar) – Usamos pimenta para dar um toque de ardor no bom bocado, pois bem: usei o jiló pra dar um toque amargo nesse mesmo bocado, que, diga-se de passagem, não exclui o da pimenta! Ao chegar no Recife, primeira coisa: comprar jiló. Aí desconfiei que tem mais pernambucanos gostando de jiló do que imaginei.. Passei a ver em quase todo supermercado daqui. Que bom!