O Velho Guardião

O velho guardião passou sua vida

Ajuntando umas poucas ovelhas

Que o seu Senhor ordenara buscar

Pelas valas e campos minados

Agora já cansado ele só observa

Vigiando à distância o rebanho

Vê algumas ovelhas mais fortes

Movidas por excesso de confiança

Afastarem-se do seu Senhor

Tentando aproximar-se o guardião

Percebe que elas se afastam mais

Sempre alerta de olhos fitos nelas

Mantém-se atento o Velho guardião

Ele ama seu Senhor e sabe bem

O alto valor pago por cada ovelha

Repentinamente o lobo ataca feroz

Uma das ovelhas que parecia mais forte

E confiando em suas forças afastou-se

Levantou-se ligeiro o velho guardião

E como quem defende a própria vida

Investiu contra o lobo velozmente

Na violência do ataque assassino

O lobo decepou uma perna da ovelha

E furioso persistia em tirar-lhe a vida

Resoluto o velho guardião lutava

Enquanto agitava outras ovelhas

No intento de confundir o predador

Mesmo prevalecendo o guardião

No ímpeto da batalha com resignação

Pela ovelha e por seu Senhor lutava

Acelerado e descompassado o coração

Consigo mesmo o velho guardião pensava

Aquela talvez seria sua última missão

A Carlos Borges
Enviado por A Carlos Borges em 02/05/2015
Código do texto: T5227570
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