PARA MANTER UM GRANDE AMOR.

Para manter um grande amor não deixe que ele se vá, mas não o amordace; abrace-o. Não o acomode; acolha-o. Não o desafie; conquiste-o. Não o ponha num pedestal; mantenha-o bem ao seu alcance. Não acumule mágoas, discuta respeitosamente sobre o que lhe desagrada.

Reconheça quando pisar na bola, mas não se deixe humilhar pelo outro. Viva esse amor com zelo, cumplicidade e uma boa dose de clemência.

Nunca, mas nunca mesmo, deixe o ser amado encurralado, pois a mais dócil das criaturas vira fera quando sem saída, ou pior, amofina, morre e quem ama não mata, não é?

Não confunda orgulho com amor próprio. Essa confusão costuma ser fatal para o amor. Não se deixe escravizar, nem escravize quem você ama. Agradem-se mutuamente, sem que precisem concordar com tudo que o outro quer, diz ou pensa.

Afaguem-se sempre. Vale cheiro na nuca, bilhetinhos apaixonados, mãos unidas no cinema,voz dengosa ao telefone, cafuné, abraços, beijos e amassos.

Não estimule o ciúme, se quiser evitar uma briga feia, e tente não se tornar um ciumento patológico.

Não castigue o seu amor, essa função educativa é dos pais, dos professores e da própria vida. Demonstre seu desconforto, permita que o outro se explique e deixe a raiva passar.

Não entre em competição por nada nesse mundo, pois se há um lugar no qual competir não tem a menor importância esse lugar é a relação amorosa. Nela o amor é o único campeão. Quem ama aplaude a vitória do outro e por seu lado avança também.

Não duvide da força do amor, mas não o deixe ao Deus dará. Ele precisa de dois para vingar. E ame por inteiro o seu amor, não adianta amar apenas as qualidades; nem amar só nos bons momentos.

É aconselhável enfrentar os maus momentos para conservar esse amor, assim como convém valorizar cada encontro, cada gozo, cada olhar.

Para manter um grande amor vale uma prece. E nos casos dos amores adormecidos, como se refere às crises amorosas, um querido trovador, me vem à memória o poema Prece de Fernando Pessoa, que fala de saudade e de esperança nos versos a seguir:

“Senhor, a noite veio e a alma é vil.

Tanta foi a tormenta e a vontade!

Restam-nos hoje, no silêncio hostil,

O mar universal e a saudade.

Mas a chama, que a vida em nós criou,

Se ainda há vida ainda não é finda.

O frio morto em cinzas a ocultou:

A mão do vento pode erguê-la ainda.”

Se ainda assim o amor não resistir, pode ter sido amor, pode ter sido verdadeiro, só não foi possível conservar. Então, cai bem o respeito ao amor vivido. Trate-o com carinho e consideração. Mantenha as boas lembranças levando o melhor que viveram em algum lugar no coração.

Eu romântica incurável, não cedo fácil: fico aqui torcendo e rezando. Que vença o amor e que sejam abençoados as almas e os leitos de todos os amantes.

Evelyne Furtado.

11 de junho de 2007.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 11/06/2007
Código do texto: T522940
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