Mente e Coração

Chegando à margem do rio

Pude ver a balsa já distante

Mas aquela sempre me fora

Uma viagem tão sonhada

Acreditei poder alcançá-la

E lançando-me nas águas

Nadei resoluto em sua direção

E quando o êxito parecia certo

Veio um forte vento contrário

E não pude vencer sua força

Então levado pela correnteza

Num turbilhão insuperável

Vi a balsa se perder no horizonte

Assim, num esforço sobre-humano

Só é possível evitar submergir

Esperar que a correnteza se acalme

E o vento se me torne favorável

Nadar com calma e suavidade

Poupando forças com esperança

De que sendo levado pelas águas

Possa alcançar a margem nalgum lugar

Torcendo para que enquanto espero

Não surja uma cachoeira pelo caminho

E o pesadelo em que o sonho se tornou

Esquecer, e de uma vez por todas aprender

A levar o cérebro junto quando seguir o coração

A Carlos Borges
Enviado por A Carlos Borges em 16/05/2015
Código do texto: T5244169
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