Hoje: eu. Amanhã: eu, mais além...

"Trate as pessoas como se elas fossem o que poderiam ser

e você as ajudará a se tornarem aquilo

que são capazes de ser."

Goethe

Incrivelmente eu tenho passado por esta experiência. Tantas pessoas sempre acreditaram em mim e eu pude "ir além".

Hoje, faço questão de fazer o mesmo com meus amigos e aluninhos. O Jean Luiz, meu aluno de 8 anos, hoje, pela primeira vez, desde fevereiro, conseguiu conter-se: não bateu em colega algum, não xingou, não perturbou ninguém, não chutou, não me desrespeitou, fez todos os trabalhos propostos na aula.

Por isso, ele conseguiu receber a "etiqueta do bom comportamento". Uma tática que uso todo fim de aula para mostrar aos meus pequeninos que podemos ser melhores se assim o desejarmos. Mas não é uma etiqueta que é colada aleatoreamente no caderno. Sento, e num diálogo reflexivo e consciente vou mostrando a eles que a vida é regida pela Lei de Causa e Efeito, a 3ª de Isaac Newton.

Outro dia, o Jean me azucrinou tanto a cabeça que eu falei pra turma, em tom de bronca:

- Vou pensar duas vezes antes de acreditar quando vocês fazem cartinhas para mim dizendo que me amam. O que se diz e o que se fala têm de estar de acordo com o que se pratica.

Então, minha aluninha Jennifer Daiane, de 8 anos também, perguntou muito sabiamente:

- Tia, como é que isso funciona?

A turma estava em silêncio, perguntando-se, provavelmente, de onde ela tinha tirado aquela pergunta. Hum... só Deus sabe...rs

Respondi, tentando buscar na simplicidade das palavras algo que não fosse muito difícil de se entender:

- Por exemplo, dizer que ama e não respeitar o outro, não é amar de verdade. Fazer pirraça, desobedecer, bater nos outros, xingar... Quem ama, não faz nada disso. Por isso, pra eu acreditar no que vocês escrevem e me dizem, será preciso que vocês comecem a respeitar a mim e aos outros.

Jean Luiz me olhava com olhos de "ai, isso é comigo!"...

Toda bronca deve, assim que oportuno, vir acompanhada de um beijo na testa, um afago nos cabelos, um abraço maior que os próprios braços, um olhar sereno e algumas cócegas, porque rir é o melhor remédio.

Também falei com a mãe do Jean, que sempre que vai à escola fala para mim, na frente dele:

- Esse menino não tem jeito, ele acaba comigo!

Pedi-lhe, em segredo, que não mais falasse isso a ele, porque ela estava atrapalhando um trabalho que eu estava fazendo na escola. Disse-lhe:

- Mãezinha, não diga mais isso. Diga que ele é um menino bom, só que está com vergonha de mostrar que é bom, então, faz estas coisas de que ninguém gosta. Diga-lhe que pode melhorar se ele quiser! Vamos trabalhar juntas, por favor.

A mamãe Patrícia me olhava como se eu estivesse entoando um canto hipnotizador de sereia. Acredito que funcionou, visto o resultado do comportamento do Jean hoje.

Sim, eles entenderam a bronca que relatei anteriormente... porque são crianças inteligentes e, como tudo o que tenho aprendido com a Doutrina Espírita, são almas em redenção, compromissos meus do passado, afetos e desafetos (que vão virar afetos), sequiosos de saber, mas muito mais carentes de atenção e amor! E tudo o que se aprende com amor, fica mais facilmente registrado.

Uma oportunidade imperdível! Graças te dou, Senhor!

11/06/2007

Também publicado no http://focosdiversos.blogspot.com/

Agradecimento especial a Tonni Nascimento pela publicação e comentário.

Erika Ferraz Ueoka
Enviado por Erika Ferraz Ueoka em 12/06/2007
Reeditado em 15/05/2008
Código do texto: T524460
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