Sensual(i)dade

Um cansaço tomava conta daquele corpo pequeno, a semana havia sido bem agitada.

Mergulhou embaixo do chuveiro deixando cada gotinha acariciar seu corpo.

Molhou os longos cabelos, despejou um pouco de xampu nas mãos e afagou-os lentamente.

Enxaguou-os; extraindo todo resíduo daquele creme; alcançou uma bucha macia, esfregou-a ao sabonete criando uma perfumada espuma e acarinhou toda a sua pele.

Ergueu o rosto e deixou a água limpar toda aquela espuma, começando ali mesmo até ganhar o chão, correndo para o ralo.

Um cheiro bom tomava conta do ambiente, transbordando pela fresta da porta e pela janela semicerrada.

Sentiu-se.

Parecia que ali acontecia um milagre, aquele cansaço também escorria ralo abaixo.

Fechou aquela torneira e ainda sentiu os últimos pingos caírem do chuveiro.

Espremeu os cabelos tirando o excesso de água enrolou-os em uma toalha, embrulhou-se em um roupão branco; abriu aquela porta de vidro totalmente suada pelo vapor da água quente.

Em frente ao espelho, mostrou-lhe os dentes, escovou-os, sentindo o frescor em um estalinho.

Puxou a porta, abriu-a em direção a cama, sentou-se e acabou de secar-se.

Era tarde de sábado, um pouco frio, mas sentindo-se tão aquecida.

Abriu um pote de creme, esfregou-o nas mãos e levou ao rosto em sentido circular.

Pescoço, ombros, seios, barriga e pernas também foram beneficiados.

Fez em si mesma uma massagem nos pequeninos pés, inundou-os com cremes.

Ah, isso era muito bom, pensou:_Melhor mesmo era ter recebido de outra pessoa!

As unhas dos pés bem curtinhas, em um esmalte claro, estilo: francesinha dava um ar de limpeza e delicadeza.

Mesmo com movimentos lentos, a toalha caiu dos cabelos, jogando-os em seu rosto.

Começou a penteá-los com os dedos, não usava pente, achava que aquela ação alisava seus cachos. Fez isso por algum tempo.

Passou um lápis preto em torno dos olhos, não era adepta a maquiagens e o cabelo: natural.

E se cuidava sempre, sempre tirava esse tempo para sentir-se.

Ela era assim atenta, zelava-se, desde sempre manteve o sorriso fácil isso a fazia jovial mesmo já tendo passado da casa dos quarenta.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 30/05/2015
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