LEMBRANÇAS DE UM DIABÉTICO

Paciente diabético, tenho várias internações nos hospitais públicos de São Luís. A primeira delas, foi no Hospital Universitário, há mais de vinte anos passados. Quase morria, com a cirurgia de vesícula em que os pontos da barriga não seguraram devido o diabetes. Foram importantes o empenho dos médicos José Gualhardo Alvares dos Prazeres e Gutemberg Araújo. Escapei milagrosamente de não ter morrido.

Depois meu pé direito quebrou e fui para o Socorrão II. Foram três internações só com esse pé. A partir dai, começou meu calvário pessoal de andanças para colocar o pé no lugar. A solução que deram foi colocar uma placa para firmá-lo, mesmo torto. Fiquei então cadeirante.

Em 2006 foi extirpada a perna esquerda, restando-me uma perna torta em uma cadeira de rodas, amputada há dois meses atrás no Socorrão I. Nessas internações tive delírios que superam as ficções sobre enfermos. Vou aqui lembrar a mais recente. Operado há poucas horas, sob intenso cuidado das enfermeiras, que aplicavam nas minhas veias antibióticos, analgésicos e outros para atacar com êxito a amputação do velho pé direito.

Lá pela madrugada sem dormir, ouvi choro de criança nascendo, o que muito me emocionou, embora não fosse realidade, porque só havia ali pacientes adultos. E assim dominado por delírios vi santos e santas me confortando para resistir à morte. Nesse momento ainda estou me recuperando, mas fora de perigo, controlando o diabetes para curar o coto ainda sensível às movimentações. O coto velho está ágil e me ajuda a subir e descer da cama.

https://samuelalvesfariasfilho.wordpress.com/2015/06/03/lembrancas-de-um-diabetico/

samuel filho
Enviado por samuel filho em 03/06/2015
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