PONDERAÇÕES SOBRE A CRISE

Assistir o "Bom dia, Brasil" têm sido como Mau dia, Brasil, tal o desfiar das agruras contra o governo, tanto que, ao anunciarem o possível calote da Grécia, assustando a zona do euro, William Waack, no último jornal da noite global, fez uma analogia leviana com a situação do Brasil, ao misturar alhos e bugalhos...

O ajuste das contas do governo brasileiro, perto das medidas gregas, são suaves. O Brasil apostou no desenvolvimento, mitigando os efeitos perversos que assola o planeta, desde 2008, seu ajuste é pontual e necessário e não medida extrema da falência apregoada pelos holofotes de uma mídia duvidosa. Enquanto buscamos alternativas para se garantir o valor das aposentadorias, os gregos a reduzem em 37%., alterando regras que, em qualquer Constituição, seriam pétreas.Até recentemente a indústria brasileira recebeu, sim, incentivos governamentais. A desoneração da folha de pagamento com o INSS, por exemplo, foi um avanço significativo. O Super Simples Nacional veio no bojo de minorar custos, além da redução na energia elétrica ( hoje revista por circunstância climáticas), a redução do IPI sobre a linha branca de eletrodomésticos e automóveis, incentivou a produção e garantiu empregos e rendas, a própria taxa Selic que chegou a 7,5%, fato inédito nesta década. Tivemos subsídios em setores importantes, como os insumos da construção civil, com barateamento de materiais e subsídios em financiamentos imobiliários, mantendo-se as vagas, aliás, as ampliando, enquanto o mundo padecia no desemprego. Ou seja, foram tomadas medidas protecionistas, visando atravessar um período bicudo no ambiente internacional. O salário mínimo foi corrigido com regras claras, sua majoração acompanhando e sendo até acima da inflação foi medida de distribuição da renda incentivando um mercado interno no consumo, fator não desprezível para se entender porque não fomos antes vitimados por situações piores. Sem citar as políticas de inclusão social, parabenizadas em todo o planeta e execradas ou desprezadas pela grande imprensa, a mesma que não se conforma com a reeleição da presidenta, por razões duvidosas.

Na verdade, a oposição não consegue disfarçar que pretendiam implantar o receituário recessivo emanado do FMI, isso bem antes dos ajustes enviados pelo governo ao congresso . Tivessem ganho as eleições de outubro viveríamos um aperto sobre os ombros da população mais carente, tudo sob a justificativa dos erros do governo. Ao que chamam de "mexer na CLT" não resiste a uma leitura mais atenta. As taxas Selic, hoje em 13% , já nos assombrou nos 46% de FHC.

Nâo somos uma ilha, esperemos os resultados das medidas, as urnas de outubro referendaram o governo, as críticas plausíveis são admitidas e esclarecedoras, as demais atendem à desinformação e ao desespero de setores incomodados com a política de um Brasil para Todos