A CRISE DA MORALIDADE ( POLÍTICA) OU A MORALIDADE DA CRISE...

É como perguntarmos o que veio antes, o ovo ou a galinha, tal a barafunda estabelecida, desde o mensalão petista, lógico, o outro, do PSDB, denominado de mineiro, nem cogitam, embora seja o embrião do mais alardeado. Tenho certeza de que sofrerei assédios desonrosos, riscos de quem poderia ficar quieto e não meter a fuça em assunto polêmico.

Tenho visto a fome de trabalho da PF e do Juiz Moro, bem como o afã do ex presidente do STF, Joaquim Barbosa, notabilizado, pela massa à cata de semi deuses, como herói naquele episódio. Tenho visto e saudado o Brasil passado a limpo, a meu ver uma conquista de toda a sociedade, avanço da democracia pela transparência da coisa pública, ponto. Mas o barco, na minha miopia de leitor, anda pendendo para um lado só, contra o governo atual, como se fôssemos, antes, santos, e agora assaltados por insetos devoradores. Ou, ainda, uma novela, tão ao gosto popular, de enredo esticado, fracionada em ações, parece-me que a Operação Lava Jato, está no 15º episódio, prometendo desdobramentos de fazer inveja aos mais talentosos escritores de folhetins televisivos. Nesse entremeio, mistura-se atos de governo, gerando descrédito da governante eleita nas últimas eleições. Pergunto: o que queriam sobre a baixa popularidade de um governo que nem tempo teve, desde que assumiu, em 1º janeiro, para respirar, cotidianamente bombardeada por uma mídia que há muito perdeu o prurido e o verniz da imparcialidade ? Ora, a combinação de medidas restritivas na economia, com denúncias diárias, quem poderia ter a mesma popularidade de um ano antes ? Sem menosprezo, mas lamentando, recente averiguação constatou que nós, brasileiros, no geral, lemos apenas 2 livros anuais, sendo um deles, provavelmente, os tais 50 tons de cinza,,, O outro também possivelmente de autoajuda, tão em voga. Ou seja, a massa que digere o arroz e feijão diante à televisão, e que toma por sua as verdades (?) veiculadas, é a mesma que se presta a opinar... em breve a popularidade de Dilma ( ou de qualquer outro submetido a mesmo tratamento) será zero.

E não me venham com o discurso que erros antigos não justificam os atuais, sim, mas demonstram que de tanto usar o cachimbo de um lado só a boca ficou torta. Ocorre que para fazer a cirurgia restauradora precisaríamos de cidadãos que não fazem uso do mesmo expediente, a tal da reforma política, sem os atuais políticos, por motivos óbvios. Vejamos as recentes manobras do déspota de plantão na presidência da Câmara Federal, que, por manobra regimental, sepultou a possibilidade de não se permitir o financiamento empresarial nas campanhas eleitorais.Peço aos possíveis críticos enraivecidos que procurem saber quais partidos votaram pela manutenção dessa excrescência, lá se encontram tucanos, democratas (?), e etc. O partido do governo votou pela extinção, juntamente com siglas menores, à esquerda. Ou seja, o cartório continuará existindo, a banca das negociatas, os tais lobbies, não os legítimos, mas os ocultos de uso privado sobre o interesse público. Precisamos de uma Constituinte exclusiva para tal, que fosse composta, atuasse, e depois dissolvida, da forma mais independente, se for possível, dos interesses em jogo. Além de se extinguir a existência de tantos partidos, siglas, muitas, que representam interesses familiares, à faina do fundo partidário, e promovendo bons empregos domésticos. Ouço falar em Parlamentarismo como a panaceia para todos os males, no mínimo teríamos que ter a definição do que seja partido político neste poleiro caótico chamado Congresso Nacional. Não que tenha claro, a mim, que o parlamentarismo seja a solução. Para tentar concluir, não concluindo, posto que o tema continua em aberto, estamos diante da moralidade da crise politica ou da crise da moralidade ? (melhor é voltar aos meus mancos versos...).