Tributo ao povo grego

Salve grande povo grego, ofereço-lhes neste momento, todo o meu respeito, e reverências de cabeça, tronco e membros. Meu espírito se alegra em celebração à cultura grega, sua rica mitologia e minha amada, a filosofia, um verdadeiro presente dos deuses para a humanidade.

O deus Dinheiro, adorado pela sociedade globalizada, se tornou onipotente por ter sido aclamado, estendeu seus tentáculos por todos os continentes, tornando uns seus lacaios dedicados, e outros muitos, escravos.

Poucos se atreveram a enfrentá-lo, e até a democracia, uma ideia tão forte e bela, foi envenenada e substituída pela tirania, que como disfarce usa suas vestimentas, mas é só podridão por dentro.

Banidos da sociedade endinheirada por não prestarem tributo a este que não perdoa, os pobres são consumidos dia a dia, até que se esgote a sua última gota de dignidade, sem que lhes reste sequer a compaixão alheia pela miséria. Vivemos, nestes dias contemporâneos, inegavelmente submetidos à esta triste tragédia, que produz sombras em escala industrial, as lança sobre todos os mortais e cobra seu preço em almas ou vidas.

O Dinheiro atinge o coração dos fracos como flecha certeira, faz com que se sintam deuses por uns momentos, e então os remete a um estado esquizofrênico, pois a miséria interna de cada homem o puxa de volta para a realidade, e ele sofre, não se reconhece sob a natureza, sonha em ser o Presidente do Olimpo, mas vive o pesadelo de ser seu prisioneiro mais incoerente e mais ínfimo. Eis que somente as grades podem lhes conferir liberdade, fora de si próprios tudo vira uma ameaça.

Dentre tantos solapados por este deus monetário, o povo grego está demonstrando muita coragem, reagindo heroicamente numa saga histórica que a maioria dos jornais distorcem, mas mesmo diante de dúbias fontes, sua luta nos é deveras inspiradora.

Sigam em frente no enfrentamento ao poder econômico, coloco minhas humildes forças ao vosso dispor, para que um dia, quem sabe, possamos destituir do deus Dinheiro o seu status de divindade, para o colocarmos em seu devido lugar, de simples e mera utilidade.

Parabéns povo grego, eu não esperava por nada menos, vindo da pátria dos filósofos.

Ricardo Selva
Enviado por Ricardo Selva em 06/07/2015
Código do texto: T5301865
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