E de tolices vive o homem!!

E de tolices vive o homem!!

Flávia Arruda

Desde muito cedo, logo na minha primeira paixão, aos onze anos, que questiono o sentimento ciúme. Acho-o egoísta, tolo, infantil e, se não houver limite, se torna ridículo e sem noção. Acho deprimentes cenas de ciúmes. Acho humilhante para quem sente e não consegue dominar as ações destrutivas provenientes dele, o ciúme. Ele sempre remete a insegurança, a desconfiança. Eu vou até mais longe, ele é pura falta de amor próprio. Possessivo, ele precisa do controle para se sentir amado. Grande tolo!

Gosto da verdade, ela encurta caminhos, traz consigo tranquilidade e equilíbrio. Mas isso não quer dizer que a verdade aniquile o ciúme, ela apenas nos dá subsídios para travar a luta interna contra o nó que entala a garganta, as náuseas que sentimos, mesmo de estômago vazio, a angústia que se instala no coração e um mundo de ideias tortas que fantasiamos em nossas mentes.

Se tem uma coisa que eu sempre tive certeza é que nada nos pertence. Tudo nessa vida é efêmero, livre e independente. Assim como as pessoas chegam, se vão. Nós teremos, apenas, que aproveitar o tempo em que elas estiverem aqui, seja um amigo, filhos, livro, amores... Nesse tempo, a única coisa que nos cabe é viver o melhor, aproveitar o que nos for permitido, sem estragar a beleza preciosa da cumplicidade. Fatos irrelevantes devem ser ignorados, em nome de um bem maior, a serenidade e a paz nas relações. E aí, quando ele ameaçar emergir, o tolo ciúme, levante da cama, respire fundo, busque sua razão e volte com o seu melhor. Afinal, o amor começa em você.

28.06.2015