Literacanção

Eu já mencionei outras vezes que quando preciso de algum socorro, o procuro na música. Sem entrar no mérito dos estilos, mas busco aquela que vai fazer algum carinho na minha alma, seja com a letra, a melodia, o ritmo... E isso vai depender do socorro em questão. A verdade é que a palavra cantada, além do bem estar, constitui um dos mais expressivos resíduos textuais da cultura brasileira contemporânea. Acredito ainda que tenha papel importantíssimo no processo de formação de um indivíduo.

Acreditando nisso, essa semana tem sido desses dias em que a gente se veste de preto por dentro. E para amenizar o luto das esperanças mortas, fui vendo cores em letras maduras. A primeira, trazia um caso intenso e incrível: Uma dama vestia-se de vermelho, pra São Jorge lhe ajudar a abrir mãos de amores que não lhe amava. Uma mulher ao qual o mar inteiro caberia no vazio dentro dela. A segunda letra, um poema canção, fazia-me bater de frente com o verde daquela esperança, “o mais verde que existe” e me levava a refletir o quanto de fato, a grama do vizinho é mais bonita. Para citar uma cor a mais, me vi no meio da história de uma mulher perdida na necessidade de parecer ótima, de comprar um creme amarelo para os cabelos, e se encher de vida por fora. Evoluí!

É necessário estar sensível pra sentir o que uma música te diz.

O luto em mim, nessa semana que não tem fim, foi ganhando cores pra esperar a semana que vem. Meu bem, enquanto algumas horas morrem vadiando, meu coração segue “Leminskiando”.

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*Textos de Quinta - Para fugir da responsabilidade.

Um a cada quinta. Não é promessa, é desejo =)

MÚSICAS: *Ela vestiu-se de Vermelho - Composição de Léo Fressato e Interpretada lindamente pela Banda Mais Bonita da Cidade; *Verdura - Paulo Leminski - Interpretada por Caetano Veloso e *Ótima - Troy Rossilho.

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 09/07/2015
Reeditado em 09/07/2015
Código do texto: T5305365
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