A EVOLUÇÃO ESPIRITUAL FEMININA

COMO ENTENDO A EVOLUÇÃO ESPIRITUAL FEMININA ATRAVÉS DA ALQUIMIA DO SEU CORPO FÍSICO E DA SUBLIMIDADE DE SUA ALMA

A experiência feminina de que seu corpo é um vaso sagrado, se inicia certamente quando a menina enfrenta sua primeira menarca, seu primeiro e estranho sangramento. Difícil sim entender que seja esse o seu primeiro aprendizado rumo a sublimidade de ser mulher, pois ele acontece no momento exato em que sua consciência de menina ainda não foi despertada para o que significa “ser mulher” e ela só entende a sua “condição mulher” pela vaidade que toma conta do seu coração, quando seu corpo toma formas sinuosas, sua sexualidade aflora com intensidade, sua beleza desponta – acha ela - para atrair, seduzir, chamar a atenção e fica cega aos perigos de “ela” mesma ser atraída, seduzida e tarde demais entender que foi conduzida à uma armadilha, talvez por culpa de uma sociedade que se tornou permissiva demais, onde meninas engravidam sem nenhuma responsabilidade, e o aborto tornou-se uma prática comum, se a “pílula do dia seguinte” não surtir efeito após a realização de um ato impensado, sem as devidas precauções. O respeito por si mesma, passou a ser um dogma desconhecido; banalizou-se, denegriu-se, se deixou envolver pela onda de que coisas importantes deixaram de ser tabu, para que o abuso pudesse se instalar, e não ser interpretado como um inimigo da família e bons costumes, mas se formalizasse para rotular como coisa “careta” ou “fora de moda” a moralidade, ditando seus novos conceitos de que “tudo se pode” “nada é imoral” uma verdadeira agressão à mulher da qual ela faz questão de não se aperceber, “vai na onda”, aceita que lhe ditem os novos moldes de beleza, em que, ou a mulher precisa ser turbinada, malhada, enfim se masculinizar para fazer sucesso, ou passar fome e conseguir um corpo esquelético para brilhar nas passarelas.

Nas escolas onde deveria se iniciar o processo de educação das crianças, as meninas são submetidas aos maiores vexames, e muitas não tem a menor noção de comportamento e compostura que uma jovem deveria ter para se preservar, pois é comum se perceber – salvo raras exceções - que no próprio seio de suas famílias esses conceitos deixaram de existir,

Na época em que passei pelo processo de me transformar de menina em mulher, a virgindade era sim um tabu que eu obedecia, não por medo, mas por respeito à minha condição de mulher, pois me fora ensinado o significado da dignidade do ser humano, no seio de minha família - e acho que já portava em mim a consciência do que era certo ou errado; não deixei de ser vaidosa e até por vezes egoísta e passei por provas duríssimas em minha caminhada, para saber que ainda aprendera bem pouco; contive ímpetos, me frustrando a abocanhar uma felicidade que eu poderia ter desfrutado sem medos; outras vezes fui tentada a ceder e senti culpa, mas hoje compreendo que não devemos nos reprimir quando formos movidos pelo prazer de uma realização pessoal, se tivermos consciência de que o amor deva prevalecer em todos os atos que praticarmos, tendo sempre o cuidado de que outras pessoas não sejam prejudicadas por nossas atitudes.

Isso é vivência, compreensão de nossa condição humana frente ao sublime; percorrer estrada e aprender que ser mulher, é procurar seu aprimoramento e aprendizado tendo o cuidado de não se vulgarizar, saber enfrentar os golpes da vida com maturidade, até chegar à sublime compreensão de que o seu útero é o portal do sagrado feminino, o cálice divino receptivo a receber sensações de prazer e amor e que a pulsação de sua respiração ovariana se transforma numa alquimia de proporções sacratíssimas, sexuais-reprodutivas quando, unida ao elemento masculino, produz a fertilização para que espíritos possam reencarnar mas a mulher nem sempre se dá conta de quão responsável se torna pelo ato de trazer ao mundo esse novo ser, que anseia por voltar e tomar um corpo físico através dela, que vai pari-lo, depois o embalar, cuidar, amamentar com seus sagrados seios, encaminhar, aconselhar, amparar, enfim, saber ser mulher, amante, MÃE e amiga.

A menopausa fecha esse ciclo reprodutivo da mulher. Nessa fase sua feminilidade se acentua de outras maravilhosas formas: sentir-se-á em liberdade para poder usufruir de todos os encantos da vida sem preocupações outras que não, o de “ser mulher” em toda a acepção da palavra. Com inteligência, colocará em prática o seu fetiche e se souber envelhecer com sabedoria, será sempre jovial, encantadora, espargirá o fluxo de sua vivência com tal e irresistível envolvência, que certamente terá sob o seu domínio aqueles que dela se acercarem e se regozijará pela felicidade que alcançou sem se anular, ao contrário, fazendo-se respeitada por suas conquistas, amando muito e simples assim: “vivendo intensamente”

O homem não tem feito muitos avanços para reconhecer na mulher essa sagrada feminilidade, e por sua vez, a mulher, pouco tem despertado em consciência para entender esse seu papel sacratíssimo de saber-se capaz de desenvolver a sabedoria das Altas Sacerdotisas, para aprender e superar coisas doloridas até como a “renúncia amorosa” e como se dá “o arrebatamento pela sublimidade do abandono ao amor que jamais fará um fusional, ou a passagem do “não-todo” - o não-todo fálico, segundo o Dr. Jacques Lacan”

Experienciei muitas coisas em minha longa estrada até aqui, doeu em mim ter que renunciar a algumas e entretanto abraçar e receber tantas outras, com alegria, como uma graça que me tivesse sido concedida, mas ainda desconhecia o sagrado ser que habitava em mim e precisava ser acordado de sua letargia para que eu pudesse compreender que a minha feminilidade teria missões de tal ou maior importância do que tudo que até então eu experimentara como propósito superior da vida, na hierarquia espiritual.

Iniciou-se então em mim uma transformação que eu entendia como o despertar da universalidade do amor, que me tornava sensível, receptiva, capaz de captar através de correntes telúricas, mensagens quais fossem psicografias a me conduzir estranhamente na direção de pessoas, coisas, plantas, animais, enfim como se tudo fizesse parte de mim, como um todo, a me completar, a me elevar aos portais da espiritualidade, a ponto de ficar estranhamente - como eu disse – receptiva, receber mensagens que se transformavam em luzes na criação dos meus projetos envolvendo tudo o que estivesse relacionado ao Planeta Terra e me aproximasse de pessoas já praticantes do iluminismo, com quem muito eu iria aprender.

O dime foi uma das experiências mais fortes que vivenciei no campo da espiritualidade. Na noite em que ele me foi oferecido, ao ingeri-lo entrei para um portal de dimensões inimagináveis e ao me submeter aos seus notáveis efeitos, minhas entranhas se fertilizaram, através da essência das raízes, folhas e seivas com o qual ele foi sabiamente preparado por um indígena iluminado, o que culminou com que uma natureza desconhecida, mística e estranha me habitasse; comecei a entender que temos tanto de humanos quanto de espíritos que anseiam se conhecer mutuamente e foi estranha a sensação que tive de que se era humana de um lado, de outro era um espírito que não dependia do meu corpo, senão para condicioná-lo à sua vontade e me conduzir, consciente ou não, em direção ao que eu necessitava saber avidamente e fui possuída por um desejo incontrolável de dançar, não sei se uma dança xamânica integrativa, onde os movimentos étnicos e bio-psíquicos pareciam promover em mim um alinhamento corporal de proporções perfeitas em que sensações como as de poder e transformação me elevavam acima das cenas que eu podia observar ao redor. O canto também nascia dos meus lábios de uma forma natural e harmônica com a música que desenhava formas sinuosas pelo ar. Achei que não houve desligamento de minha consciência, pois me parecia imperiosa a necessidade de estar conectada com a realidade mística que eu via, encantada, acontecer com os irmãos que experimentavam cada qual uma viagem diferente. Me senti muito forte perante a força que queria me dominar, uma vez que eu não poderia me render, pois era eu a dominadora. Talvez até uma mulher pajé, uma xamã nativa, pois os movimentos do fogo ali à frente, me fascinavam e talvez – não sei – tenha sido esse o meu viajar, não só de fora pra dentro, mas de dentro pra fora, a fim de descobrir que havia em mim algo divino que precisava se exteriorizar através do meu canto e de minha dança e que eu passei a conhecer e amar, e então deixei que esse espírito explodisse com mais força nesse experimento xamânico. O frenesi tomou conta do meu corpo, como uma sensação de prazer incontrolável em que minha vontade era beijar e abraçar loucamente.

Na proporção em que o entendimento de mim mesma, me trouxe à luz dessas coisas misteriosas e pude saber do poder interior que me habitava, percebi, em elevação, que havia ainda um universo de propostas e lições a aprender com as sábias sacerdotisas do espaço, guardiãs abrindo suas arcas de tesouros para que eu pudesse ornamentar minha alma de sabedoria, em direção à sacralidade feminina.

As giras me apresentaram seus guias masculinos de muita força e luz também, que reforçaram meus alicerces femininos, guias esses com quem tenho me conectado, conversado e ouvido conselhos sobre como conduzir minhas ações em aprimoramento aos trabalhos aos quais estou ligada e que tenho por obrigação fazer o melhor como mulher – não sendo necessário, para isso, que eu reprima os meus desejos e instintos - como mãe, como condutora de crianças e jovens para educar e moldar com o meu exemplo o seu caráter, ajudando a selecionar talvez até aqueles que serão escolhidos para continuar habitando o nosso Planeta, que está prestes a sofrer uma profunda, sofrida e necessária transformação. Os sinais estão aí para vermos, e depreendermos o que ainda está por vir, neste grave momento mediúnico por que passa o Planeta Terra.

“Sucede que a Terra vivencia, neste período, a grande transição de mundo de provas e de expiações para mundo de regeneração.

Nunca houve tanta conquista da ciência e da tecnologia, e tanta hediondez do sentimento e das emoções. As glórias das conquistas do intelecto esmaecem diante do abismo da crueldade, da dissolução dos costumes, da perda da ética, e da decadência das conquistas da civilização e da cultura.

Não seja, pois, de estranhar que a dor, sob vários aspectos, espraia-se no planeta terrestre não apenas como látego mas, sobretudo, como convite à reflexão, como análise à transitoriedade do corpo, com o propósito de convocar as mentes e os corações para o ser espiritual que todos somos. (Dr. Bezerra de Menezes)

Digo-lhes que sou uma mulher forte, factível como todo o ser humano, sou indefesa, temo sim, pois é próprio daqueles que sentem o que irão enfrentar e não será pouco, atemorizar-se e para finalizar tenho a dizer que nós mulheres precisaremos sim de toda a proteção e força dos homens que estiverem ao nosso lado e que tem uma parcela importantíssima de responsabilidade em nossa vida; e como é bom sentir essa proteção para nos trazer em harmonia com o amor em sua plenitude, com o carinho, a amizade, a fraternidade e a paz, vibrando em igual sintonia com a nossa consciência cósmica frente ao Eterno, onipresente, onisciente e imutável; caso contrário não serão parceiros dignos de caminharem ao nosso lado nessa mesma estrada de luz.

Sublimemo-nos como seres perfeitos que somos, espiritualize-mo-nos e nos unamos e eternizemos em amor, receptivos um ao outro, como o côncavo e o convexo.

Seres há que pelo seu iluminismo, se transportam a outras dimensões sem passarem pelo traumático processo da morte para alcançá-las e certamente não será esta uma encarnação em que farei parte dessa classe de espíritos, nem dominarei todo o poder da sabedoria, mas entendo ter feito uma boa portabilidade daquilo que aprendi em outras encarnações, para aplicar com consciência nessa nova oportunidade que me foi dada, entendendo toda a grandiosidade do processo evolutivo das almas que vem e vão para sua depuração e sublimação.

“Obrigado a ti, mulher, pelo simples fato de seres mulher! Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas.” (Sua Santidade, o Papa João Paulo II. Carta às Mulheres, de 29 de Junho de 1995, nº 2)”

Mírian Warttusch

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Enviado por MWarttusch em 11/07/2015
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