KIT PUTA

A relação esta pela bola sete, abaixo do volume morto. O casal não discutia, nem ameaçava se se separar, mas não sava para sisfarçar o tédio, aquele clima morno, a rotina insuportável. Pouco conversavam, só o enssencial. Ainda dormiam na mesma cama, mas bunda virada para bunda. Quando raramente faziam sexo era aquela trepadinha tipo trivial simples, sem imaginação, só para cumprir tabela.

Os amigos faziam de tudo para animá-los, mas não conseguiam. Biviam diuturnamente sob tensão, sem nenhum diálogo. Na verdade havia assuntos que nunca haviam abordado, como por exemplo seus desejos. Apesar de instruídos e possuirem uma certa cultura, eram uito convencionais em matéria de sexo. Talvez amnos soubesse que esse fato poderia ser a raiz do marasmo no casamento. A trepadinha que estava virando mensal, era chocha, ligeira e insatisfatória, não resolvia o problema porque casamento precisa de um esquete permanente na área do sexo. Mas um não culpava o outro pela falha. Sentiam-se ambos culpados, incapazes de discutior a relação nesse aspecto. Era uma tristeza que dava dó.

Numa noitada com amigos, um deles que às vezes se excedia na bebida, já tocado e querendo ajudar acomselhou-os a procurar um analista, quem sabe não os ajudaria? Foi duramente repreendido pelo casal. Afirmaram quase em uníssono que era o amigo que precisava de analista para tentar curar o vício do álcool.

Sofriam com a situação. E sabiam que a insatisfação mútua ia evoluir e talvez tivessem que se separar, mas essa saída, por incrível que pareça, não desejavam, ainda se gostavam mas o tédio os afastava. Estavam nesse compasso de espera, nesse chove-não-molha quando de repente...

Veio morar num apartamento vizinho do deles uma velha muito simpatica vinda da Bahia. Era muito alegre e brincalhona, de bem com a vida, malgrado seus oitenta e tantos anos. Logo fez amizade com o casal. E, macaca velha, manjou na hora que nem caldo de cana o problema dos novos amigos.

Essa velha fora uma famosa cafetina na Bahia. Ganhou bastante dinheiro, aplicou e ainda se aposentou como autônoma (?) opelo teto alto. Vivia bem, folgada, a tripa forra, por cima da carne seca, mas resolveu vir morar no Recife onde tinha parentes para ficar longe do passado.

Com sua experiência de vida, logo se fez confidente do casal. Ouviu um e outro sobre seus problemas, separadamente. E matou a charada. A mulher antes do casamento admiorava muito as putas, não que desejasse ser puta, mas fantasiava, achabva que elas sim, sentiam de fato prazer, e apesar da dureza da vida eram livres das convenções, mas nunca confessara isso a ninguém. Do marido conseguiu arranca algo parecido, o sujeito era doido por putas, quando moço fora habituê contumaz dos cabarés.

Levantada as fichas, a velha marcou um jantar para o casal no seu apartamento. Depois dio cafezinho estupidamente quente e do licor de cacau, ela afirmou que tinha a solução para o problema deles. Então revelou francamente o que ouvira de um e do outro. Eles ficaram surpresos de início, mas depois começaram a rir. A velha então pegou uma sacola e entregou a mulher, dizendo que era um Kit Puta, continha vestido de puta, batom, rouge, sapatos, bolsinha e o escambal de obetos necessários a auma fantasia de puta. E deu as instruções necessárias, afiormando que ela só deveria botar a fantasia na hora própria. Detalhou o plano.

Resultado, pelo menos duas ou três vezes por semana, ela sai à noite levando a sacola, num local qualquer, de preferência bar ou lanchonete, vai no sanitário e veste a fantasia de puta. Depois fica numa esquina rodando a bolsinha. O marido chega como se não a conhecesse e dá a cantada, aí leva-a para um motel, de preferência modesto, e fazem uma festa, inclusive seguindo todos os macetes recomendados pela velha.

Estão felicíssimos. Acabou o tédio no casamento, ele está mais quente do que manga de candeeiro aceso.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 16/07/2015
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