A vontade

A vontade é me danar no meio da noite e fazê-la dia... na pressão... sem ter nem dar mote não... Olhar para noite e vislumbrá-la sem o repente da alma... Simplesmente observá-la. Amá-la como sempre fiz. Sou a companheira que vela o sono da noite... quando o dia se faz dia e não há mais nada de escuridão. Quero rompê-la virginalmente num intenso de cores que só minha alma pode descrever... e assim descansar abusando das reticências... dos espaços em branco, que podem um dia me denunciar... Sou pedra de fogo caminhando na noite fria do Recife... Um artífice da poesia de colo de esquina, que não se inclina antes de se deitar... Vou me danando no meio do mundo como uma bala de metralhadora que voa procurando a alma do combatente inocente do outro lado do front.... dane-se as reticências, danem-se os mil tons...