O poder do vocabulário na era do estereótipo

Estava escrevendo um outro texto sobre os preconceitos e acabei inventando uma expressão de ficou martelando na minha cabeça, "A era dos estereótipos".

Desenvolvendo este pensamento, reparei que a raiz dos preconceitos é o estereótipo, e como uma coisa puxa a outra, me dei conta do poder do vocabulário. Segundo o dicionário do Professor Pasquale, estereótipo pode ser definido como: Coisa trivial; lugar-comum; chavão; argumento já muito conhecido e repetido a respeito de um acontecimento ou pessoa.

Eu conheci este termo na época do ginásio, durante as minhas aulas extra-curriculares de língua estrangeira. O professor inseriu este termo no contexto da aula e a maioria dos alunos não sabia o que significava.

Ele explicou desta maneira, estereótipo é aquela ideia que fazemos das pessoas dos outros países, por exemplo, como se elas fossem todas iguais sob diversos parâmetros apenas por pertencimento àquela nacionalidade. Ele acrescentou que nem todas as pessoas têm as mesmas características, embora pertençam a um grupo específico.

Fui percebendo que eu tinha muitos, milhares de estereótipos gravados em minha mente, quando pensava em qualquer nacionalidade, percebia que todo ideal que eu tinha era baseado na versão tosca que me ensinaram na escola ou falaram na televisão.

Passei a tentar mais conversas com estrangeiros e fui descobrindo muitos detalhes de outras culturas que fogem à estereotipagem oficial da mídia. Acabei aprendendo muita coisa que nem imaginava, apenas por ter desacreditado no que tinham me contado, e isto mudou completamente a minha visão do mundo, de tudo.

Ter o conhecimento deste termo e seu significado foi me abrindo portas depois de portas, tudo motivado pelas dúvidas que surgiram conforme eu ia desmascarando as mentiras, como se minha curiosidade estivesse fazendo fotossíntese, sendo alimentada por tudo que eu via e ouvia de fato, ou nos noticiários descontando o interesse das fontes.

Sendo paulista e brasileiro, fiz amigos cariocas, argentinos, nordestinos, de todos os estados e muitas nacionalidades, percebi que gente é sempre gente, não importa de onde venha, como se pareça ou qualquer outra coisa.

Qualquer pessoa pode facilmente ser desvinculada de qualquer rótulo pronto, se a análise não for desvirtuada por um preconceito antigo e acabar na superfície.

Cada um é o que é, um ser totalmente completo e único.

Ricardo Selva
Enviado por Ricardo Selva em 21/07/2015
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