O APHARTAID AINDA SOBREVIVE

Nos versos do poema “Navio Negreiro” de Castro Alves o eu lírico retrata a relação de exploração do negro pelo branco na era colonial. No entanto mais de 300 anos se passaram desde então, a escravidão foi abolida e o preconceito considerado crime. No entanto, a história do povo negro no Brasil vai além de uma legislação que condena a discriminação e a exploração, ela é uma doença na história da construção da identidade nacional maquiada por um suposto desenvolvimento idealizado desde a independência.

Um exemplo disso foram os cortiços criados após a libertação dos escravos. Sem ter como retornar a sua terra natal, ou de ocuparem de maneira significativa no âmbito da sociedade, esses povos acabaram ocupando os subúrbios das cidades, dando inicio a pequenos aglomerados que viria a se chamar favela posteriormente. Depois da abolição da escravatura não houve uma preocupação com a inserção desses povos na sociedade. Essa herança colonial explica porque grande parte dos negros no país são de família de baixa renda com isso hoje, eles são o principal foco da criminalidade no país.

Com exceção de alguns poucos, como o Pelé, o jogador de futebol Ronaldinho, a ginasta Daiane dos Santos e o desembargador Joaquim Barbosa, o negro ainda vive nas favelas, em contato direto com a miséria e com o mundo do crime, são discriminados e sofrem crimes de ódio diariamente. Não é raro ver um jovem negro ser confundido com um assaltante, eles ocupam uma boa parcela da população dos presídios e uma pequena população nas universidades e no mercado de trabalho.

Logo, fica evidente que a segregação racial ainda existe no país. Mas, para resolver o problema algumas medidas já vêm sendo tomadas, a exemplo do sistema de cotas. No entanto ainda são insuficientes. É necessário reforçar essas ações sociais, ampliando o número de vagas destinadas a eles nas universidades, incentiva-los a permanecerem nas escolas e ampliar o policiamento direto no combate ao crime. A escola também é fator crucial no sentido de educar as crianças contra o preconceito. Somente assim poderemos sonhar com uma sociedade poetizada como nos primeiros versos de Castro Alves.

Texto escrito por Laylla Carolina.

Gonçalves B G G
Enviado por Gonçalves B G G em 21/07/2015
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