Calor humano

Os dedos trêmulos procuravam-se enquanto os lábios se encontravam, mais ardentes que antes. Os suspiros saiam abafados pelas bocas receosas de se separarem e perderem-se. Sentia aquele arrepio mais uma vez, enquanto ele passava a mão livre pelas suas costas nuas.

Puxou-o para perto e envolveu-o com as pernas, a noite fria aumentava a necessidade de roubar seu calor. As roupas deslizavam facilmente nas peles que começavam a se umedecer com suor, misturando os perfumes em um só. Passava os dedos por entre seus cabelos, arranhando sua nuca com as unhas vermelho sangue, seu corpo respondia agora a estímulos e não mais a seu cérebro.

A pele formigava onde ele a tocava, quase fazendo com que ela recuasse, mas seu abraço era mais forte. O cabelo antes preso grudava nas costas já completamente úmidas, causando-lhe mais calor. As bocas já não tinham mais tanta necessidade de se encontrarem, seus corpos já estavam juntos em um, uniam-se a outras partes do corpo e soltavam gemidos no ouvido.

Abraçou-o forte e arranhou suas costas, ele a puxava pela cintura, as peles roçavam mais forte uma contra a outra agora. As mãos perdiam-se, desesperadas por cada centímetro do outro que conseguissem.

Finalmente, em um ultimo abraço, as pernas se soltavam e os músculos relaxavam. Os rostos cansados e pingando encontravam apoio em seus ombros enquanto tentavam recuperar a respiração. As palavras eram curtas e ofegantes, as mãos de ambos passavam as pontas dos dedos pelas costas do outro fazendo leves cócegas. Ele assoprava em seu pescoço de leve, fazendo todos os pelos do seu corpo arrepiarem enquanto ria.

Seguiu-se um beijo longo, não tão ardente e desesperado quanto o inicial, mas igualmente apaixonado.