"A BABÁ"

Adelaide viveu com uma família composta de: Seu Miguel e sua esposa dona Adnéia.

Além desse casal, moravam: Dona Aninha, uma senhora muito idosa, mãe do Seu Miguel, e da própria Adelaide.

Da parte de Dona Adnéia., havia uma irmã Nair, meio destrambelhada, que lhe dava trabalho, a ponto de deixá-la- sempre nervosa...

Adelaide cuidava da mãezinha que já beirava seus noventa e poucos anos; por isso mesmo, Ela ficou solteira até os 50 anos e ai, então, não teve mais como namorar...

Nessa época, Dona Aninha, já muito doente, faleceu e Adelaide passou a ajudar a cunhada nos deveres da casa...

Eu já estava casada e fui morar com meus sogros, na casa ao lado dessa família; foi onde as conheci...

Tive meu filho Alexandre com três anos de casada. Ele nasceu em 1960, forte, graças a Deus, e nos deu muita alegria. Nilton, meu marido, era louco por criança... fitava-o embevecido e sempre me agradecia por ter-lhe dado aquela criança, que dizia ser o menino mais bonito, da família...

Terminada a minha licença, voltei a trabalhar na minha lida de professora e quando voltava para casa, tinha os peitos fartos para amamentá-lo... A maternidade para mim, e meu marido, foi a coisa mais sublime que Deus nos deu...

O Nilton estava, ainda, de férias. Assim, pude contar com ele para cuidar do Alexandre enquanto eu trabalhava. Mas e ai? Nilton, também teve que voltar a trabalhar... Procurei, em vão uma pessoa responsável que ficasse com ele. Quem? Quem? Quem? De repente um anjo bom apareceu... Quem poderia ser senão a bondosa ADELAIDE?

E assim, enquanto eu trabalhava, Adelaide cuidava do Alexandre na casa dela...

Em 1963, Teresa Cristina nasceu. Nós já havíamos comprado o nosso apartamento. Era num prédio colonial, meio antigo e ai, tivemos que fazer algumas obras e, por isso, demoramos mais tempo para podermos mudar.

Teresa Cristina era uma garotinha gorducha e nosso casamento ficou completo, porque o que fora desejado para o nosso casamento, conseguimos que seria dois filhos e, por sorte, um casalzinho...

Para nossa alegria, meus dois filhos cresceram sempre com a ajuda da Adelaide que nunca nos deixou. Eu sempre tive empregadas, mas Adelaide ficou conosco. Ela dizia, para todos, que meus filhos eram, também, seus filhos , do coração...

Nessa época, Dona Adnéia, que era madrinha de minha filha Teresa Cristina, faleceu. Seu marido Miguel ficou viúvo e não demorou muito casou de novo. Adelaide não gostou muito por seu irmão se casar porque, meus filhos, também casados, já não precisavam mais dela, então, Ela que sonhara em voltar para a casa para cuidar do irmão viúvo, ao saber que ele casara, foi ficando depressiva, seu coração já não aguentava tanta perda: primeiro, sua cunhada Adnéia, depois seus filhos do corarão, que já estavam casados, por último, seu irmão Miguel, que , com nova esposa, também, não iria precisar dela...

Sua tristeza foi piorando, Ela ficou comigo, fiz o que pude por Ela. Dei-lhe carinho e proteção, porém, o dia em que eu vi que ela estava mal, eu e Teresa Cristina a levamos para o hospital às pressas.

Os médicos a medicaram e nós voltamos para casa pensando que ela fosse melhorar. Engano nosso. No quarto, percebi que ela suava muito a ponto de ter que trocar de roupa. Enquanto fui ao meu quarto buscar o remédio dela (não podia deixar com ela os remédios porque ela já não os controlava). Nessa hora, meu marido me chamou correndo, dizendo que ela estava morrendo) . Tentamos massagens no coração, sopro na boca, enfim fizemos o que sabíamos,

Infelizmente, nada conseguimos... Ela faleceu... aos 79 anos.

Tete Brito
Enviado por Tete Brito em 30/07/2015
Código do texto: T5329225
Classificação de conteúdo: seguro