AQUELE ABRAÇO MEU PAI!
 
Neste dia dos pais, vai aqui um grande abraço para o meu pai Pedro Rosa, como forma de agradecer-lhe o empenho e a dedicação que teve para comigo e para com os meus irmãos.
Vai um abraço apertado, cheio de ternura!
Vai um abraço de muito obrigado, e  um abraço de desculpas, pois em vários momentos eu não o entendi, no método de ensinar, as intenções embutidas! Os sonhos projetados, o cuidado por um porvir, que penso agora, que veio concreto e liquido!
Concreto, pois aconteceu, e liquido, pelo tanto que produziu suor e lágrimas!
Vai um abraço silencioso, sem palavras, para que nossos corações atados um no outro, confidenciem entre si, o amor, o grande amor que existe entre nós... Corpos, corações, almas, vão assim irmanadas nos braços que nos atam uma vez mais...
Penso que, eu e meus filhos, somos bem assim, tão iguais, tal canção de Belchior, como eu fui em relação ao meu!
Espero que meus meninos possam um dia desses notar os objetivos contidos nos meus atos e ensinamentos, posto que até nas broncas estive marcando presença!
Pai é presença!
Pai é aquela mão que indica caminhos, e que ampara em grande parte da caminhada, mas que se ausenta, sem na realidade se ausentar, um segundo que seja nos momentos em que os filhos devem caminhar por si mesmos...
Pai é a palavra!
É aquele que embora não queiramos acreditar, detêm maior conhecimento dos perigos e das sortes do viver, e por isso pai sempre diz: Vai!
Pai é um marco, um ponto no mapa de nossa existência, do qual se parte, e ao qual se deve retornar, pois todo pai sempre deseja um retorno!
Pois um pai se enxerga nos filhos, e nos filhos dos filhos, pois com o tempo os olhos paternos vão aos poucos perdendo o foco em si mesmo, e se enxergam e se definem nas pessoas dos filhos, deixaram a tempos de serem espelhos, onde os rebentos puderam se mirar, e vão se transformando em reflexo, carentes de espelhos para contê-los e revelar!
Pai é assim; por não ter contido o filho dentro de si, e tê-lo aos poucos sentido ao se formar, forma o filho para o mundo, com a fôrma que tem em si mesmo, na forma de uma extensão do seu ser, até que o filho o venha suplantar! É uma caminhada cujo planejamento começa com a gestação, que tem sua preparação já nos primeiros anos da criança, e que se inicia de fato posteriormente, e que nunca terminará, embora em certo momento, se torne individual, e não mais em dupla! – Todo ser tem um caminho próprio para trilhar!
Pai é uma benção e uma dádiva, pois toda vida se forma e se informa por força da atuação e formação trazida por ele...  
Por isso todo homem, tem por obrigação ser o melhor pai possível! – Não existe pai perfeito! Embora eu pense hoje, que por algum gênio, o pai perfeito é o que temos á mão! - Pois ele é o nosso pai possível!
E antes que o tempo passe, e o sentido e sentimento nesse abraçar meu pai, se perca nos caminhos do espaço, peço a benção: A benção meu pai, Pedro Rosa!
E pai, eu tenho que lhe confessar: Eu tive tanto medo do espelho em que me via, como na música do João Nogueira, se quebrar!
Mas não é isso...
O tempo passa, tudo passa, a caminhada sempre contínua muda as gentes de lugar!
E tudo se transforma num novo ponto de vista com novas perspectivas, quando não o tenho, meu pai, para enxergar a mim mesmo, tenho a mim mesmo para enxergá-lo...
Quando um pai não tem o filho para refletir a si mesmo, o tem dentro de si para a ele mirar! – É ai o mistério da paternidade: O pai gera um filho exteriormente a si mesmo, para com o tempo guardá-lo dentro de si!
– Eter_na_mente!
 
 
Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
09/08/2015