FASCINAÇÃO COM DINHEIRO PÚBLICO

FASCINAÇÃO COM DINHEIRO PÚBLICO

“Em verdade, cada criatura responderá pelos compromissos que assume, à frente da Lei, e mordomos e apóstolos da evolução planetária serão constrangidos à prestação de contas dos bens que houverem usufruído para a melhoria e iluminação do mundo, no entanto, não olvides a superioridade espiritual com o Cristo e nem te esqueças do que foste chamado por Jesus a partilhar o conhecimento Divino da paz e da justiça, do sacrifício e da tolerância fraterna.” (Emmanuel).

Qual o motivo que levaria um ser humano ao desejo exacerbado da riqueza? Transformar-se em personalidade custe o que custar? Estar no ápice mostrando aos menos privilegiados que ele representa uma força, um poder e quiçá uma oligarquia? Com todo esse aparato ao seu rol não respeita as leis e nem decisões judiciais. Seria orgulho, egoísmo ou uma doença? Os psicólogos estão capacitados para responder a esses importantes questionamentos e em caso de doenças obsessivas um psiquiatra poderá acompanha-lo dando-lhe o tratamento apropriado.

Muitas vezes a nossa razão e o nosso juízo de valor nos levam a identificar que uma grande parcela dos políticos brasileiros está inserida neste ciclo vicioso e caustico. Por curiosidade tomamos as mãos um livro e passamos a folheá-lo com muita atenção. A educação de um modo geral, não tem sido vista com bons olhos pelas autoridades, dos municípios, dos estados e do governo federal. Poderíamos até incluir o clichê popular de que: “toda regra tem exceção”, mas não são tão tímidas as exceções que passam opacamente despercebidas. Existe uma enorme carência no ensino público, principalmente quando nos referimos a criança com dificuldades no aprendizado, as conhecidas crianças especiais.

Hoje pelo andar da carruagem poderemos considerar toda criança especial, visto que o Pátrio Poder não vem sendo exercido pelos pais, em consequências muitas crianças perambulam pelas ruas e avenidas pedindo esmolas para saciar a fome. A ausência e o relaxamento na criação de filhos têm levado muitos jovens à marginalidade, principalmente aqueles que estão na classe dos estropiados e que vivem em condições de miséria. A fome tem sido um câncer sem proporções para as famílias que não geram rendas e vivem as expensas da caridade alheia.

Essa classe cresce em proporções descomunais e com ela a violência. Jovens fora da escola tem grande chance de se transformar em marginais. Os políticos não fazem a sua parte, apesar da exploração de que tem sido submetida à população brasileira com o pagamento exorbitante de juros e impostos. Político só pensa no seu bem-estar e no seu bolso, com raríssimas exceções. Os processos e as operações levados à frente pela Polícia Federal e pelo Ministério Público mostram a realidade.

Propinodutos, mensalões, licitações viciadas, lavagens de dinheiro, enriquecimento ilícito e muitos outros estão em evidencia na política brasileira de Norte a Sul e de Leste a Oeste. A Revista Veja traz a seguinte manchete: “Luxo com o nosso dinheiro”. As fraudes da Petrobras financiaram campanhas eleitorais, subornos e a mordomia de políticos desonestos em um processo que fez a estatal o bolso profundo da corrupção. R$ 23 milhões de reais: Inimigo visceral de Lula e do PT nos anos de 90, o ex-presidente Fernando Collor converteu-se gostosamente em um dos mais fieis aliados de Lula e do PT quando retornou à política como senador. A reviravolta teve um preço: um feudo bilionário na Petrobras.

No controle de duas diretorias da BR distribuidora, uma subsidiária da estatal, Collor estabeleceu o próprio balcão de negócios do petróleo. Em apenas dois contratos, faturou uma verdadeira fortuna. No primeiro, levou três milhões de reais para favorecer uma rede de postos de gasolina de São Paulo. No segundo, embolsou R$ 20 milhões de reais para manipular uma licitação em favor da construtora UTC, do empresário Ricardo Pessoa. O ex-presidente apeado do poder aplicou seus fantasmas nos milhões do Petrolão. De caçador de marajás, revelou-se ao país como o mais bem-acabado deles. Um uma Ferrari 458 Itália, um Porsche Panamera, e um Lamborghini Aventador Roadster avaliados em quase seis milhões de reais.

Dos tempos de presidente aos tempos de aliado petista, só o valor do Fiat Elba é que mudou. Um milhão de reais. O ex-deputado Luiz Argôlo, preso no Paraná, era considerado um dos mais vorazes políticos do Petrolão. Quase que diariamente, Argolo recebia pacotes de dinheiro no apartamento funcional da Câmara, em eventos políticos e até no estacionamento do Congresso. A fartura era tanta que ele viajava pelo menos três vezes por semana a São Paulo para buscar as malas de dinheiro no escritório de Alberto Youssef. Em algumas viagens, fretava um avião particular para conseguir carregar as malas, que, de tão pesadas, rebaixavam o porta-malas do carro durante o transporte.

O dinheiro sujo jorrava tão facilmente que Argôlo ganhou do doleiro um helicóptero avaliado em quase 1 milhão de reais. Com tantos luxos bancados por Youssef, Bebê Johnson, como ele era chamado no grupo, não escondia sua admiração pelo doleiro. “Queria ter falado isso ontem. Acabei não falando. Amo-te”, disse certa vez a Youssef, por mensagem de celular, logo depois de receber um pacote de dinheiro. O dinheiro retribuiu: “Eu amo você também. Muitooooooooooooooooooo”.

Uma questão de método. O resultado das buscas pela Polícia Federal na casa do senador Fernando Collor, autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal, ilustra a fase final do método petista de fazer política. Collor e Lula disputam a Presidência da república em meio a violentas trocas de acusações, na operação, Lula liderou a campanha pelo impeachment do presidente Collor, o que parecia improvável virou realidade: interesses comuns tinham os dois adversários.

O senador alagoano apareceu como beneficiário do esquema na Petrobras. Indicados de Collor ocuparam postos-chave na estatal durante todo o governo Dilma. A Polícia descobriu que o senador fez fortuna com dinheiro do esquema de corrupção da Petrobras. Quinhentos milhões de reais. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto sempre foi uma figura respeitada por sua competência em arrumar dinheiro. Diferentemente dos colegas, diziam os cardeais do PT, ele não usava sua função para encher os próprios bolsos, como faziam os mensaleiros.

Disciplinado, dedicado e, acima de tudo, discreto, Vaccari foi o motor das eleições petistas na última década. Desviando recursos da Cooperativa dos Bancários (Bancoop) ou cobrando propinas das empreiteiras do Petrolão, ele era o principal responsável pela estrutura financeira que elegeu Dilma Rousseff. Em apenas uma das diretorias da Petrobras, amealhou R$ 500 milhões de reais em propinas. Mas o tesoureiro não era de ferro. Os investigadores descobriram que sua filha, uma universitária, acumulava 1,6 milhão de reais em patrimônio. A bolada tinha origem em remessas de Vaccari, que assim como o amigo de Lula, virou um feliz proprietário de um apartamento no Guarujá (SP), imóvel construído pela OAS, uma das empreiteiras envolvidas no esquema.

Quatro milhões de reais. Um dos políticos mais influentes do PT, André Vargas, está entre os muitos petistas que mudaram de vida depois do Petrolão. Vargas foi o primeiro político a cair na teia da Lava – Jato. Pilhado em conversas “estranhas” com integrantes da quadrilha, ele renunciou à vice-presidência da Câmara, foi obrigado a deixar o PT e ainda teve o mandato cassado pelos colegas. Mas a ruína política não prejudicou sua saúde financeira. Proprietário de um Monza velho e batido nos primeiros anos como parlamentar, Vargas saiu da política milionário, dono de mansões, fazendas, e vários carros importados.

À custa do dinheiro sujo do Petrolão, o ex-deputado cruzou várias vezes o país em jatos particulares financiados por Alberto Youssef, seu amigo. Apenas duas de suas empresas de fachada, abertas para mascarar o recebimento de propina, faturaram pelo menos quatro milhões de reais. O ex-deputado, preso em Curitiba, sonhava em presidir a Câmara. R$ 2,4 milhões de reais. O empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, foi durante muitos anos um dos mais fiéis amigos de Lula no poder.

Ao longo de dois governos do petista, transformou a construtora em um império com milhões de dólares do BNDES em investimentos no Brasil e no exterior. A proximidade entre os dois era tal que Lula ficava à vontade para pedir toda sorte de favor. Preso em novembro de 2014, Pinheiro sentiu-se abandonado e começou a rascunhar o esboço do que seria uma possível delação premiada. Essas anotações revelaram como era lucrativa a amizade de Lula com o empreiteiro. Logo depois de deixar o governo, Lula ocupou um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo.

O empresário também construiu um tríplex de Lula no Guarujá (SP). A pedido do petista, Léo Pinheiro realizou uma reforma de luxo na propriedade de Atibaia sem cobrar do ex-presidente um único tostão. Outro empreiteiro generoso com Lula foi Ricardo Pessoa. O dono da UTC admitiu ter entregado 2,4 milhões de reais em dinheiro vivo para a campanha do petista à reeleição, em 2006. Desviado da Petrobras, a bolada saiu de uma conta na Suíça. 43 milhões de reais. Depois de cair em desgraça no escândalo do mensalão, em 2005, o ex-ministro José Dirceu decidiu refazer a vida como “consultor”.

Sua carteira de clientes era um dos segredos mais bem guardados da Republica, e não por acaso. Descobriu-se que as consultorias nada mais eram que uma forma de as grandes empresas pagarem propina do ex-ministro por obras do governo. Em sete anos, ele juntou uma fortuna de 39 milhões de reais. Antes de ser preso, viajava apenas em jatos particulares e curtia a vida nos melhores resorts do país. Nas últimas semanas, as investigações da Lava – Jato desmontaram de vez a farsa.

O empreiteiro Ricardo Pessoa apresentou documentos que mostram que Dirceu recebeu dinheiro desviado da Petrobras no período em que estava preso na Papuda. Para acobertar o pagamento de propina, simulava contratos de consultoria. O lobista Júlio Camargo admitiu ao juiz Sérgio Moro que repassou quatro milhões de reais em dinheiro vivo a Dirceu. Novamente era propina do Petrolão. Escalão superior- delator da Lava – Jato diz ter pagado propina ao presidente da Câmara Eduardo Cunha, e ao ex-ministro José Dirceu, chefe da Casa Civil no governo Lula.

150 milhões de reais. Lobista de uma das empreiteiras envolvidas no escândalo, Júlio Camargo contou aos investigadores que uma de suas funções era intermediar pagamentos de propina entre as empresas e os políticos. Ele calcula ter repassado 150 milhões de reais ao PT e ao PMDB. 5 milhões de dólares. – O delator disse que pagou ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, 5 milhões de dólares em propina relacionada a um contrato da Petrobras. Ele chegou a levar os procuradores aos locais em que teriam sido feitos os pagamentos de suborno. 4 milhões de reais.

O Petrolão rendeu uma bolada ao mensaleiro José Dirceu. Nada a ver com o alegado serviço de consultoria que ele diz ter prestado. O delator contou que em apenas uma operação repassou ao ex-ministro quatro milhões de reais da propina devida ao PT. O fio da meada. Lula é investigado por ajuda a empreiteira no exterior. Isso é legítimo para um candidato a melhor ex-presidente do Brasil. Mas há detalhes mal contados nessa história. Lula defendeu os interesses da empreiteira Odebrecht em países da América Latina e da África. Usou sua influência e prestígio para viabilizar contratos em Cuba, Angola, Venezuela, Bolívia e Panamá, e era remunerado por palestras pagas pela empresa.

Companheiro de viagem- Nas missões ao exterior, o ex-presidente tinha como parceiro o ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar. Além de ciceronear Lula, Alencar, que está preso, é investigado por organizar pagamentos de propina ao exterior aos beneficiários do Petrolão. O novo empreiteiro – Sobrinho do ex-presidente Lula, Taiguara Rodrigues dos Santos ganhava a vida como um pequeno empresário até cair nas graças da Odebrecht, foi contratado como parceiro da construtora no exterior e hoje desfruta de imóveis e carros de luxo.

Pode Freud? Os delatores Alberto Youssef e Rafael Ângulo Lopez disseram que Alencar organizava o esquema de pagamentos de propina no exterior. Lopez, encarregado de entregar dinheiro vivo a beneficiários do petrolão, contou que fazia o controle de pagamentos diretamente com Alencar na sede da Odebrecht. Ao ser abordado pelos policiais no momento de sua prisão fez três telefonemas. Um deles para o Instituto Lula. A paciência tem limite. A queda de braço entre a presidente Dilma e o Congresso abala o plano de ajuste do ministro da Fazenda e reforça o temor de que a recessão se estenda até o próximo ano.

Um lembrete: “Não te aflijas com a perspectiva da perfeição de um dia para o outro. As tarefas redentoras desconhecem o improviso. Ergue-se a casa, tijolo a tijolo. Forma-se o rio, gota a gota. Constitui-se o tecido fio a fio, mas enricar de dólar em dólar com negócio sujo não é aprendizado para um cidadão, um político, empresário ou qualquer homem de negócios”. Pense nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-JORNALISTA-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA AOUVIRCE E DA ALOMERCE.

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 10/08/2015
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