PERÍSPIRITO... TERRENO!

PERÍSPIRITO TERRENO!

Como num passe de mágica, passei a observar (ou seria... ser observado?) de que tudo o que nos cerca tem uma espécie de perispírito fugaz em desdobramentos constantes... Corrigindo / atrapalhando, iluminando / escurecendo, liberando / prendendo, endurecendo / liquefazendo, em suma: atuando em nós de forma variável e apenas aceitável, se assim o entendermos e quisermos, a ele só o nosso livre-arbítrio tem comandamento, portanto, a sua atuação é influente à medida que o aceitamos na consciência arbitrando-o como a forma mais correta de procedimento no momento que acharmos oportuno.

Se pararmos num mutismo pensativo a avaliar ao nosso derredor e mesmo em nosso âmago, começaremos a descobrir eventos ou acontecimentos que se aproximam do fantástico e da inverosimilhança, tal a irrealidade aparentada pelos vários fatos e circunstâncias que nos cercam e, às vezes, nos cerceiam, se não, vejamos:

- Um monte de carne com músculos, sangue, nervos e ossos que não se corrompe por vários anos, até por mais de cem, como é o ser humano fora de um congelador.

- Duplicidade de órgãos sem, no entanto, não ter o cérebro e o coração duplicados, partes essas tão importantes para a difícil missão de viver.

- Olhos que vêm às galáxias nas noites escuras e não conseguem observar os indícios de perigos e os deslizes ao seu redor.

- Pessoas se trajando ou se comportando como reis, entretanto, tendo o bucho ovalar cheio de fezes, amenizada para excremento.

- Remédios que curam a uns e matam a outros com a mesma aceitação de ambos os consumidores alheios às suas funções específicas.

- Pessoas que labutam por vários anos nas vicissitudes diuturnas para, de um momento para o outro, suicidar sem motivos aparentes.

- Areias transformando-se em vidros, árvores em papeis, lagartas em borboletas, homens em mulheres ou... Vice-versa!

- Canetas-tinteiros, mata-borrões, latoeiros, cartolas, botinas, bengalas de passeio, chapéus, luvas, lenços, Super-homem, capitão Marvel, gibis etc. desvanecendo-se nos portais da modernidade.

A continuar, iria até às lantejoulas, urinóis, cavanhaques, costeletas e muitos outros.

Somando-se ao referenciado temos, também, os casos misteriosos e inexplicáveis, tais como:

Contatos extraterrenos, aparecimento dos santos, anjos e espíritos, retroatividade à vidas passadas, premonições, mediunidade, adivinhações, curas, benzeções e, muitos outros.

A fantasia e a ficção são remédios salutares para o nosso cotidiano ordinário onde nos sobrecarregam os deveres e obrigações reforçadas por ameaças punitivas no caso de uma desobediência mesmo que passiva.

Geralmente, não nos premiam pelos cumprimentos desses ditames nos impostos e, até nos cerceiam alguns direitos conquistados a duras penas.

Toda sociedade, dita civilizada, tem por obrigação usufruir da solidariedade, equidade e distribuição de todos os valores emergentes ou existentes na “posse” de alguns, os distribuindo igualitariamente para “todos!”.

Sendo esses predicados, nos dias atuais, amealhados apenas para “poucos” que “dormem em berço de ouro” jogando apenas os seus pesadelos aglutinados para os miseráveis e retendo com eles os seus sonhos de bonança, só nos resta um caminho para que não nos afoguemos no estresse ou na monotonia carente de tudo, é a ficção! “Vocábulo mágico que realmente nos distrai das dificuldades e desigualdades massificantes nos colocando, par e passo, em igualdade ou acima dos “venturosos” retentores da parte que, a nós, poderia ser sido repartida sem humilhações e como” direito adquirido!

Todas as almas, ou espíritos, têm o mesmo poder, constituição etérea ou valores, só o homem, o seu maior discordante, faz discriminações ante tal benesse do nosso Criador, é aí que a fantasia serve de linimento amenizador dos sofrimentos sem obrigar ao ateu a acreditar nas suas emanações, só ao ler, ele já estará se “desligando” da engrenagem vil lhe calcando o dia-a-dia de descrente.

(aa.) S.A.BARACHO.

conanbaracho@uol.com.br

Fone: (31) 3846-6567

Sebastião Antônio Baracho Baracho
Enviado por Sebastião Antônio Baracho Baracho em 20/06/2007
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