Cabeças Pensantes

Não é imperioso que acreditemos, mas não custa avaliarmos o que certas cabeças pensam.

Esse atentado ao Charlie Hebdo provocou uma comoção geral na França e no mundo ocidental, como não poderia deixar de ser em função do assassinato de pessoas indefesas. A ponto de os exemplares do periódico terem alcançado a tiragem de 5 milhões.

Ora, recentemente a França se posicionou favoravelmente aos palestinos contra os americanos e Israel, em relação aos dramáticos e intermináveis acontecimentos bélicos e genocídios no Oriente Médio. E também apoiou o fim das sanções contra a Rússia. Posições flagrantemente contrárias aos interesses dos Estados Unidos. Contudo, essa conduta deverá ser revista agora, depois do atentado ao Charlie Hebdo, o que certamente conduzirá os franceses de novo aos braços de Washington.

Por outro lado, o atentando perpetrado pelos dois argelinos, que não têm o que contar porque foram rapidamente justiçados, também reforça as posições anti-imigração na Europa, conduzidas por Marie Le Pen, política de extrema direita da França e presidente da Frente Nacional, e Nigel Farage, líder do Partido Independente do Reino Unido, aumentando a projeção dessas duas lideranças no cenário político internacional. Resta saber qual será o escrutínio de Washington a respeito das posições adotadas por esses dois líderes.

Cabeças pensantes são as que pensam antes.

Tais considerações são formuladas pelo economista norte-americano Paul Craig Roberts, ex-editor do Wall Street Journal e outros e um dos co-fundadores da Reaganomics (governo Ronald Reagan).

A partir delas faria sentido a hipótese de o atentado ao Charlie Hebdo ter sido “fabricado” para que os resultados aqui em especulação fossem alcançados.

A verdade é que sempre que algum fato político tem repercussão avassaladora na imprensa ocidental, devemos botar as barbas de molho. Porque as notícias que nos chegam de alguma forma podem se achar deturpadas. Foi assim com a invasão do Iraque, sobre o pretexto da fabricação de “armas de destruição em massa”, o que jamais foi provado. Tendo sido Saddam Hussein, antigo aliado americano, deposto e condenado à morte. Como outros antigos aliados americanos, dentre os quais Muammar al-Gadaffi, que depois tornaram-se identificados com o “mal” e foram removidos de seus governos por razões similares.

Rio, 19/01/2015

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 14/08/2015
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