O DESAFIO AMERICANO... E CHINÊS

Quando ainda jovem (1968), ganhei o livro (não o tenho mais) com o título deste texto (menos “e chinês”), cujos autores são Jean Jacques e Servan Schereiber. O livro foi um grande sucesso literário, e os autores abordavam, já naquela época, a questão do extraordinário avanço da economia americana, deixando para trás, à enorme distância, a economia dos Países europeus, que não conseguiam compreender o que estava ocorrendo e qual seria a razão de tanto sucesso, que lhes solapava a hegemonia da economia mundial.

Sem entrar nas filigranas dos detalhes, que me fogem da memória, decorridos tantos anos, ficou nos “arquivos”, porém, o núcleo da questão, que neste momento, é o que nos interessa. A cultura européia, mais antiga que a americana, imprimia no mundo dos negócios, uma extensão familiar, onde os sucessores dos empresários em geral, seriam exclusivamente os seus legítimos herdeiros, ou os seus filhos e netos, com a mais absoluta preferência, o que compreendo facilmente, pois sou neto (pleno) de italianos. Enquanto não havia uma concorrência mais acirrada, no mercado internacional, tudo corria bem, mas quando a economia americana começou a tomar conta de tudo, assumindo a liderança total desse mercado, as coisas se complicaram para os europeus, e o “sino” tilintou nos seus ouvidos: o que está acontecendo?

Dizem os Pensadores, que invariavelmente, tanto os problemas, quanto as soluções, estão ambos, sempre na simplicidade. Não sei se sempre é assim, mas no caso deste problema dos europeus, esses Pensadores acertaram em cheio. Os dons e vocações são propriedades individuais e intransferíveis, das pessoas que os possuem Assim, os filhos ou quaisquer dos seus descendentes, não possuirão necessariamente, as mesmas qualidades dos seus antepassados. Ora, como toda a estrutura empresarial dos europeus era constituída de empresas familiares, a sucessão nessas empresas provocou o desastre maciço e inevitável. Do outro lado, estavam os americanos, valorizando os dons, vocações, talentos, o conhecimento técnico específico, o profissionalismo, e ainda mais, não somente no mundo dos negócios privados, como também nas administrações públicas, imprimindo uma incrível capacidade de gestão, de forma sincronizada, em todas as suas atividades. Foi uma goleada mais notável do que aqueles 7 a 1 lá no Maracanã. Diríamos então, agora que sabemos qual foi o “pulo do gato”, ora, vamos imitá-los e logo os alcançaremos. Ledo engano, pois tentar imitá-los não é difícil, mas construir a estrutura necessária depende de um conjunto de ingredientes, de respeitável complexidade, os quais devem se ajustar como as peças de um imenso motor, para fazê-lo funcionar e produzir os resultados pretendidos, inclusive com dificílimas mudanças culturais, senso de nacionalidade e observação rigorosa dos valores éticos e morais. Note-se que mais de meio século se passou e os europeus jamais ameaçaram a hegemonia dos Estados Unidos, e nem a União Soviética, que escravizava o seu povo e os seus Países satélites, conseguiu fazê-lo, em função de ter adotado a famigerada economia estatizada (uma utopia), que veio a se constituir na FIF – Falida Ideologia do Fracasso, assim definida, quando se desintegrou o tenebroso império soviético, deixando para trás o rastro hediondo, típico do totalitarismo selvagem, contra o qual, dentro das suas fronteiras, ninguém podia se manifestar, sob pena de desaparecer do mapa, juntamente com a sua família.

Precisamos compreender que a nobreza não é um atributo intrínseco do Ser Humano (nosso), tal como se confere aos monarcas e família, e às vossas excelências, eminências, meritíssimos, santidades, etc., cujos termos, são constrangedores para o bom senso, por si mesmos, considerando a realidade estampada na história e no nosso cotidiano, que nos envergonham a todos. Este parágrafo é apenas um degrau, para esclarecer aqueles que, como é normal, olham para os Reis, Príncipes, Rainhas, Princesas, Presidentes, (e até presidentas) Primeiros Ministros, Juízes, Personagens famosos, e por aí afora, como se eles não tivessem necessidades fisiológicas, (como se não fôssemos todos “reis” por alguns momentos, sentados no “trono”), e também olham para os Estados Unidos (agora também para a China), como se lhes competisse carregar no colo os Países subdesenvolvidos (a maioria por convicção, como o Brasil). Aliás, seria interessante imaginar, o que faria o Brasil, ou qualquer outro País, que estivesse no lugar dos Estados Unidos? Vamos encarar a REALIDADE minha gente! Tanto os Países, como cada um de nós, seres humanos, estaremos sempre cuidando dos nossos interesses, atentos para que eles não venham a ser contrariados, por quem quer que seja não é mesmo? A China mantém a mão de obra escrava, para obter produtos com baixo custo e vencer os concorrentes em benefício das suas exportações, invadindo a nossa economia. Muito bem, não podemos interferir na China, mas podemos suprimir a corrupção no nosso País, reduzir os impostos, reduzir os encargos trabalhistas, reduzir a burocracia, reduzir o custo Brasil, reduzir em 70% o número absurdo de ministérios, reduzir o número escandaloso de funcionários públicos, reduzir drasticamente as mordomias dos três Poderes da República, reduzir as despesas com a previdência privilegiada do funcionalismo público, igualando-o ao privado, adequar as estradas, rios navegáveis e estradas de ferro, os sistemas de armazenamento, os portos e terminais aduaneiros para o escoamento eficiente, com menos desperdício e menor custo para os produtores. Privatizar todas as empresas públicas. Enfim, criando vergonha na cara e substituindo todos os indolentes “comparsas” incompetentes alojados na administração pública, pelo nepotismo, (parentesco, e “jeitinho brasileiro”), copiando o modelo dos Estados Unidos, investindo maciçamente na educação, saúde, segurança e infra-estrutura, admitindo profissionais competentes, sem distinção de quaisquer naturezas, através de concursos públicos honestos, retirando em definitivo o caráter vitalício do emprego público. Então, o Brasil estará em direção ao primeiro mundo.

Devemos “olhar o nosso próprio rabo”, trabalhar duro, espelhando-nos naqueles que venceram e não nos derrotados, como os países comunistas que faliram e para os teimosos remanescentes que estão na mais absoluta miséria. Em apenas quatro décadas, a Coréia do Sul, então atrás do Brasil na classificação sócio-econômica, encontra-se atualmente, entre os países do primeiro mundo. Como se explica isso? E o México? E o Canadá? E a China, esse grande salto para a segunda economia do Planeta, não seria por ter mandado às favas a economia estatizada e adotado a economia da livre iniciativa privada? Acorda Brasil! A evolução é progressiva e desenvolve-se exponencialmente! Você não é mais um País jovem, mas continua um gigante adormecido ou entorpecido, e já tem idade para compreender que está andando na contramão da história, em confronto com o “óbvio ululante” que explode diante do seu rosto! Basta de corrupção, ignorância e incompetência! Abaixo o analfabetismo! Abaixo a falta de vergonha na cara!

Como nos ensina aquela velha Senhora, de cabelos grisalhos e pele enrugada, andando curvada sob o peso das duras experiências da vida, trêmula no amparo do andador, cansada de insistir junto aos homens, a Senhora SOPHIA: “Ó vós, na possessão de tão robustos intelectos... observai os ensinamentos que se escondem sob o véu destes estranhos versos.” (Dante Alighieri) Olhai para os vossos “rabos”, vós e os vossos governantes, estes, ainda adeptos da “FIF - Falida Ideologia do Fracasso”, olhai para o vosso Povo, saqueado pela corrupção pública e privada, doentes, com fome, movendo-se como animais pelos meios de transportes, entregues à própria sorte nas mãos dos bandidos, semi-alfabetizados por conveniência maliciosa dos políticos e teólogos! Mas vede, ó corruptos imbecis, quando a vossa “Casa” desmoronar, os escombros cairão sobre as vossas próprias cabeças e as cabeças dos vossos descendentes, dos vossos parentes, e também dos vossos iguais e comparsas... RIDI PAGLIACI enquanto vos sobra tempo para rir..

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