GUERRA AS ERVAS

A guerra é com a erva de passarinho. Ela é freguesa de todas as extremosas, Ligustros e ipês roxos que vivem nos meus caminhos. Muitas já morreram outras estão a caminho. A culpa é de fato dos pássaros, que lançam as sementes sobre as pobres coitadas. Também nos encontramos com árvores imunes a tamanha praga, que são os jacarandás, timbaúvas, flamboaiãs, guapuruvus, paineiras e tipuanas que não fornecem alimento, mas servem de abrigo pelo tamanho.

Há uma riqueza em árvores que rapidamente se esvai pelas podas mutiladoras dos terceirizados pela CEEE, pelo abraço sufocante das figueiras, pelo descaso dos administradores municipais e também pela preguiça dos moradores, que preferem vê-las mortas e assim não necessitarem varrer as calçadas.

De amanhã em diante sairei armado, com um alicate de corte e assim dedicarei alguns minutos em cada árvore atacada, um dia para cada árvore, um dia nas que se seguem ao sul, no outro as que se seguem ao norte.

Serão cortes nas raízes da erva de passarinho que estão ao alcance do meu braço, assim tentarei prologar a vida das árvores.

Outro dia puxei um papo com um caminhante no Jardim Medianeira e ele me disse que caminha ali na volta da praça faz mais de 10 anos e nunca reparou que aqueles galhos longos com flores miúdas e amarelas não eram da árvores hospedeira.

Enfim, como dizem os aliviadores de espírito: farei a minha parte até que alguém se sinta ofendido e chame a polícia.

ItamarCastro
Enviado por ItamarCastro em 24/08/2015
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