CAFÉ COM LEITE
"Olha o casalzinho! Café com leite!"
Estávamos em um ponto de ônibus quando um jovem passou por nós. Nos viu de mãos dadas, fez o comentário acima e sorriu.
Meu segundo marido e eu nos conhecemos há três anos e estamos juntos há dois. Ele é bem moreno e eu tenho a pele muito branca.
Ambos estávamos sós, viúvos. Tivemos casamentos anteriores muito felizes e achávamos que poderíamos repetir a dose. Ele tem três filhas adultas e independentes e eu não tenho filhos. O fato de estarmos com mais de sessenta anos não nos impede de sermos felizes, de novo.
Afinidades afloraram e o sentimento de que o amor é possível em qualquer idade, é recíproco. E o amor se consolida a cada dia. A idade é só um detalhe.
Entretanto, um casamento não é feito só de rosas. Há os espinhos.
Fico irritada quando ele, displicentemente, bagunça o guarda-roupa, molha o chão da cozinha lavando louça, joga a toalha molhada sobre a cama ou espalha e tira de ordem as páginas do jornal quando o lê.
Ele também, sem ser rude, me critica por ser tão perfeccionista. Mas o balanço que faço dessa relação é muito positivo.
Como é bom termos um ao outro para conversar, trocar idéias, ajudar-nos mutuamente. Sentir seu abraço caloroso, assistir TV de mãos dadas, ver seus olhos escuros brilharem ao dizer que me ama.
...e rimos muito juntos...
O sexo já não é tão maravilhoso como foi. Mas o que importa? O aconchego, o carinho, o chamego, os beijos de adolescentes...não têm preço.
Tenho consciência de que não devemos nos importar com esses ínfimos deslizes de cada um. É uma benção termos nos conhecido e podermos compartilhar tantas coisas boas da vida.
Após as refeições nos damos as mãos e agradecemos pelo alimento e pedimos a Deus que nos dê saúde para vivermos esse amor.
Que importam o guarda-roupa bagunçado, a água pelo chão, a toalha molhada sobre a cama e as páginas do jornal em desalinho.
Não vão fazer nenhuma diferença! Não para mim que tenho o costume de ler o jornal começando pelo último caderno.
"Olha o casalzinho! Café com leite!"
Estávamos em um ponto de ônibus quando um jovem passou por nós. Nos viu de mãos dadas, fez o comentário acima e sorriu.
Meu segundo marido e eu nos conhecemos há três anos e estamos juntos há dois. Ele é bem moreno e eu tenho a pele muito branca.
Ambos estávamos sós, viúvos. Tivemos casamentos anteriores muito felizes e achávamos que poderíamos repetir a dose. Ele tem três filhas adultas e independentes e eu não tenho filhos. O fato de estarmos com mais de sessenta anos não nos impede de sermos felizes, de novo.
Afinidades afloraram e o sentimento de que o amor é possível em qualquer idade, é recíproco. E o amor se consolida a cada dia. A idade é só um detalhe.
Entretanto, um casamento não é feito só de rosas. Há os espinhos.
Fico irritada quando ele, displicentemente, bagunça o guarda-roupa, molha o chão da cozinha lavando louça, joga a toalha molhada sobre a cama ou espalha e tira de ordem as páginas do jornal quando o lê.
Ele também, sem ser rude, me critica por ser tão perfeccionista. Mas o balanço que faço dessa relação é muito positivo.
Como é bom termos um ao outro para conversar, trocar idéias, ajudar-nos mutuamente. Sentir seu abraço caloroso, assistir TV de mãos dadas, ver seus olhos escuros brilharem ao dizer que me ama.
...e rimos muito juntos...
O sexo já não é tão maravilhoso como foi. Mas o que importa? O aconchego, o carinho, o chamego, os beijos de adolescentes...não têm preço.
Tenho consciência de que não devemos nos importar com esses ínfimos deslizes de cada um. É uma benção termos nos conhecido e podermos compartilhar tantas coisas boas da vida.
Após as refeições nos damos as mãos e agradecemos pelo alimento e pedimos a Deus que nos dê saúde para vivermos esse amor.
Que importam o guarda-roupa bagunçado, a água pelo chão, a toalha molhada sobre a cama e as páginas do jornal em desalinho.
Não vão fazer nenhuma diferença! Não para mim que tenho o costume de ler o jornal começando pelo último caderno.