MATUTANDO A SOMBRA DO COQUEIRAL

“Ninguém bebe socialmente depois da meia noite de sexta e sábado”, disse o Secretário de Segurança do Rio Grande do Sul, explicando para a imprensa porque pretende implantar a Lei Seca na Região Metropolitana de Porto Alegre. O Secretário quer proibir a venda (e o consumo) de bebida alcoólica nos bares, nesses dias, entre as 10 horas da noite e às 6 horas da manhã. Com essa medida ele pretende diminuir o número de homicídios das sexta e dos sábados. Muito bem: qualquer medida para diminuir (já que não dá pra acabar) com os homicídios por causa da bebida alcoólica será sempre apoiada por quem tem cabeça pensante. Mas e a cocaína e a maconha? Pode? Estão liberadas? E que diabo é isso de alguém beber socialmente antes da meia noite e depois dela não? Ninguém comete homicídio antes da meia noite? Esquisito isso!

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Não há crise no setor aéreo brasileiro. O que existe, apenas, é o caos nos aeroportos do país. E isso se deve ao progresso e ao crescimento da Nação e do conseqüente enriquecimento dos brasileiros. Por isso tá todo mundo querendo andar de avião. Quem nunca andou, aproveita, que a grana tá sobrando; e quem já andou, tá andando mais, pelo mesmo motivo. Essa é a tradução das palavras do ministro Guido Mantega, do Planejamento, que resolveu meter a colher no angu alheio. Liga o “transponder”, ministro!

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“O Vavá tá mais pra lambari do que pra...” e disse o nome de outro peixe maior. Essa é meio antiga mas,como é inesquecível poderá ser eterna. Quem “disçe isço” foi Lula, o Presidente, que é como ninguém “nesçe pahiz”. Ele queria amenizar o lobismo achacante do irmão mais velho, desqualificando o infeliz. Melhor disse o advogado do primeiro irmão: ele não tem capacidade (quis dizer cultura,estudo...) pra ser lobista. Amenizaram o crime desqualificando o bandido; bem ao jeito brasileiro. Lembrei-me de um guri da minha idade, quando tínhamos uns 9/10 anos, colega de colégio, que já era salafrário de nascença. Entre outras coisas ele passava manteiga na mão e vinha me cumprimentar. Caí nessa armadilha umas duas ou três vezes. Todos os outros colegas da sala de aula, pelo menos uma vez.Um dia disse a ele: “tu não tem vergonha de fazer isso com seus colegas?” E respondeu: “não tenho vergonha, mas seu pai não tem carro!” E não tinha mesmo,apenas tinha vergonha.

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Outro dia me envolvi numa discussão inútil a “complicada futilidade da ignorância” a que se referiu Kurt Vonnegut. Ouvi o mestre Ariano Suassuna dizer numa entrevista que assisti - ele que fala 2 ou 3 idiomas - que o alemão é impossível de ser falado. Dizia isso com graça, sem ofender ninguém; e que se tivesse nascido na Alemanha seria mudo. Genial! Não por tratar-se da língua alemã, é que digo isso. Mas por relacionar o falar com o ouvir. É isso: só se fala porque se compreende o que se ouve. Então pode ser qualquer idioma. Eu, se nascesse no Afeganistão, seria mudo; e mudo também seria se fosse chinês. Mas, voltando para a complicada futilidade da ignorância, alguém afirmava, com supostas razões, que o idioma inglês iria dominar o mundo; e que quem, nos próximos anos, não falasse inglês estaria fora de moda,do mercado de trabalho e de tudo o mais. Pode ser, não duvido. Porém não creio que o inglês venha a dominar o mundo pois nenhuma língua se mantém intacta; sem modificações, sem acréscimos, influencias de outros idiomas, sem palavras inventadas para ter seus significados aceitos e incorporados. Assim é com todas as palavras de todos os idiomas; são inventadas (ou criadas, se preferirem). Acredito que o inglês, hoje falado em quase todo o mundo, ira se modificando e dele sairão outros idiomas ao longo dos tempos.Como aconteceu em tempos mais remotos, sem registro, como aconteceu com o grego e o latim que originaram todas as línguas modernas. Por isso aceito que se escreva qualquer coisa em qualquer idioma. Porém não suporto bobagens como “Cariri Shopping”, “Avanhandava Dellivery”, “Trattoria Nossa Senhora de Lurdes”, “Supermercadinho Banzai”. Tem quem goste!

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No aeroporto de Cumbica os passageiros da esperança, cantam em protesto (!) à falta de aviões: “que país é esse?” aquela musiquinha que o Cazuza cantava (!). Bom, então aí vai a resposta: é o Brasil... meus irmãos em Santos Dumont! Cheinho de brasileiros que escolhem livremente pelo voto quem vai ser (ou quais serão) o gestor de nossas vidas cotidianas. Pelo jeito não sabem votar e nem que país é esse.

O Comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, disse que o momento é de “extrema gravidade” . Ah bom!!

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Alguém escreveu e foi publicado, que o Comandante da Aeronáutica anuncia medidas para melhorar a crise. Ué, e crise se melhora? Crise é crise, cara pálida!

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Outra grande jogada dos SEs (sem escrúpulos, que não julga seus próprios atos), além de desqualificar o criminoso e criminalisar a vítima, é transformar seus próprios problemas num problema de todos nós. É o que faz o Renan Calheiros (aquele, da tropa de choque para a defesa do Collor,lembra?). Transformou seu problema particular (de ética pessoal, de dinheiro, de infidelidade no casamento e outras coisas mais que nessa situação se reproduzem com bacteriana velocidade) num problema do Senado Federal. O problema agora não é mais dele Renan, pessoa, nem do Renan Presidente do Senado; é um problema da instituição Senado. Mas não passará da Comissão de Ética. No passará!!

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Cabou minh’ água de coco. Imortalidade Já!

CESAR CABRAL
Enviado por CESAR CABRAL em 22/06/2007
Código do texto: T537250
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