Tudo é óbvio. Basta querer ver. E quanto mais óbvio menos se enxerga. Não por que se é idiota, mas por comodidade do espírito, sei lá. Por medo de ter que tomar alguma atitude é melhor nem saber de muitas coisas. O ser humano é o mais frágil dos animais, justamente por que ele é o único que tem mais de duas opções. Os outros só têm duas: enfrentar ou correr. Ele não, ele pensa que sempre pode contornar as situações. Não deixa de ser uma forma de correr, mas deixemos que pense que pensa,por enquanto. Quer um exemplo? Observe a imagem abaixo. É um urso matando uma foca (ou um leão marinho, não entendo muito desses bichos, digamos que seja foca). Observe o tamanho dos dentes da foca. Imagine o estrago que fariam os dentes de várias delas no coitado do urso. E por que elas não se defendem? Ao contrário, quando o urso se aproxima, as mais espertinhas se arrastam na maior velocidade que puderem e as últimas que se danem. Sabe pra que servem os seus dentes? Para brigarem entre si, para determinarem quem são os alfa do seu bando. No máximo, como ferramenta de pesca para suas refeições. Elas jamais enfrentarão juntas o seu predador. Por que não? Vai-se saber...





Ponto para o Homem, você diria, pois no momento em que atentou para o fato de que sozinho seria presa, mas vários dos seus juntos poderiam juntar forças e, assim se transformariam de presas em predadores. Veja só, acabou por tornar-se o ponto mais alto da cadeia alimentar. Para o bem ou para o mal. Mas, olha que coisa patética: quando trabalhou em equipe ele pensou que pensava. E acomodou-se. Esqueceu-se que essa coisa de predador e presa continua enraizada em todas as espécies, inclusive na sua. Não há mais animal nenhum que seja páreo para ele, isso ele aprendeu muito bem, mas esqueceu-se dos predadores da sua própria espécie. Agora observe esta outra imagem. É um gráfico do Orçamento da União, este especificamente do exercício de 2012 ( o atual é muito pior) que representa a soma de todos os impostos que pagamos e onde eles são aplicados. Eu confio no seu olho e no seu cérebro para tirar as suas próprias conclusões.




Lembrando que toda a corrupção da qual os nossos ouvidos são massacrados diuturnamente estão inseridos da segunda linha para baixo. Da  primeira, do alto, ainda nem foi aberta a caixa-preta. E nem será ,sabe por quê? Por que os nossos dentes estão ocupados demais em nos ferir mutuamente. Nesta caça somo focas (ou leões marinhos, para quem se sentir constrangido com termos no feminino).
Como eu ia dizendo: é óbvio, está na cara, só não vê quem não quer. Mas, confesse, às vezes a gente prefere não saber de certas coisas, não é? Porque, na sábia ignorância da nossa preservação de pretensa paz, melhor seria não ter que pensar  agora numa boa desculpa  para não pensar no assunto.  

Bom 7 de setembro para todos. Sem esquecer de escovar os dentes. 






Obs. O gráfico acima foi tirado de uma aula magna da auditora Maria Lúcia Fattorelli, sobre seu projeto de auditoria cidadã na nossa dívida pública. Disponível no youtube.  É só procurar pelo nome dela.