Mal de Alzheimer

Eu estava sentado na varanda, lendo o livro recomendado para o semestre, O Invasor – Alquino Marçal, segundo a professora ele será abordado em questões de prova; então é essencial que tenhamos conhecimento de seu conteúdo, tomando cerveja, e ao fundo ouvindo o disco de Celso Blues Boy, “Vagabundo Errante” de repente, tomei um susto.

A vizinha da frente sofre de Mal de Alzheimer, ironicamente eu sempre me esqueço de seu de nome, ela é uma senhora inofensiva mas não há uma vez se quer que eu não me intimide quando ela vem em minha direção, por vezes chamando-me de Felipe, seu filho que já nem mora mais consigo.

Se quer a vi a entrar aqui, quando dei-me por mim, ela estava sendo levada embora por sua cuidadora, ela me encarou com um leve sorriso, o brilho de um olhar infantil, como de uma criança em busca de casa, usando de seu raciocínio lógico ainda em desenvolvimento, mas não aquela senhora, em seu caso não havia mais o que se desenvolver, exceto o declínio de suas memórias, sendo varridas, cinzas de um incêndio causado pelo tempo, ao passar por mim, pude ouvir o ressoar de um nome, Felipe.