QUE PLANETA É ESTE?!!!

Crônica reflexiva de homenagem a todos os espoliados e refugiados do Planeta Terra:

Sei que vivo num planeta satélite do Sol, mas não sei porque vivo neste planeta, como e com que missão. Quando nasci tive a sensação de que me encontrava num paraíso equatorial. Fui recebido com sorrisos, abraços, meiguices e muitos mimos. Tudo me parecia a cores e os animais e a natureza passaram a fazer parte do meu desabrochar para a vida. Tudo corria bem.

Certo dia, apercebi-me que a vida passou de cores a cinzenta. Comecei a ter surpresas e desgostos por me deparar com maldades e traquinices dos meus amigos, tanto na infância como na adolescência. Num instinto natural de defesa, passei a ter o mesmo procedimento.

Já na idade activa em que senti a necessidade de começar a trabalhar para meu sustento, surgiram os primeiros obstáculos e dificuldades e a vida tornou-se uma sucessão de combates para vencer a batalha do sucesso e do meu bem estar. Seguindo os princípios da religião católica, contraí matrimónio de que adveio a descendência natural dos filhos, netos e bisnetos.

Quando tinha a batalha quase ganha, eis que fui surpreendido por terrível inimigo que me expulsou da terra que eu considerava meu paraíso, deixando todo o meu patrimônio que construí com engenho e arte e muitas horas de suor e trabalho. Passei à condição de espoliado e refugiado, como os milhões que hoje existem e que se mantêm descriminados nas novas terras de promissão, da mesma maneira que nas suas terras de origem. Por isso ficam sem a noção de que (sobre)vivem num planeta chamado Terra.

Desde então, a vida tornou-se para mim um vazio, em que lassei a ser espectador em vez de intérprete. Passaram à cena figuras estranhas que improvisam episódios para convencerem os incautos e desprotegidos a acreditarem nas suas promessas nunca cumpridas.

Hoje assisto diariamente, atónito e horrorizado à confrontação física e moral entre os homens, uns lutando por um lugar ao sol e outros tentando apoderar-se do domínio absoluto do planeta. AINDA ACREDITO NA PROVIDÊNCIA E NA JUSTIÇA DIVINA.

Ruy Serrano - 12.09.2015

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 12/09/2015
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