Máscaras e Fantasias (EC)

O tema é máscaras e fantasias e eu aqui pensando sobre a crise alimentar, a escassez da água e da energia. Penso, principalmente, nos motivos deflagradores da crise alimentar e como leitmotiv vem à minha mente o crescimento populacional acelerado ou será o aquecimento global ou será a má distribuição dos alimentos?

O pensamento é confuso, ora responsabiliza os órgãos governamentais, ora vislumbra a frase de Hobbes “O homem é o lobo do próprio homem”, numa necessidade de culpabilizar alguém por essa confluência de crises.

Lembro-me das Leis da Termodinâmica, que afirmam o estabelecimento da conservação de energia (1ª lei), ou seja, a energia pode se transformar de uma forma em outra, mas não pode ser criada ou destruída; e as condições para que essa transformação ocorra, quer dizer, conserva-se a energia, mas sua qualidade é degradada (2ª lei) (Braga, 2005).

Creio que isso tudo quer dizer que vivemos em constante transformação, mas que se faz necessário buscar equilíbrio para a manutenção de nossa vida nesse planeta.

E continuo me perguntando por que faltam alimentos no mundo. Há pessoas de mais? Ou alimentos de menos? Inicio, assim, a minha pesquisa.

No livro O Colapso de Tudo (os eventos extremos que podem destruir a civilização a qualquer momento), 2012 - edição digital, John Casti, seu autor, nos apresenta uma série de eventos, chamados por ele de eventos X, que podem ser uma revolução política, a queda da internet ou o colapso de uma civilização, e nos convida a pensar sobre o impacto desses eventos no estilo de vida que seguimos neste século e como estar preparados para sobreviver a eles.

Na parte 2 de seu livro, intitulada “Quando vamos comer? O esgotamento do sistema global de abastecimento de alimentos”, CASTI (2012) nos apresenta fatos e traz à tona números referentes a essa crise: mais de 4 milhões de pessoas ficaram pobres desde junho de 2011, devido ao aumento do preço dos alimentos, que subiu 40% desde o início de 2010. Elenca doenças, como a ferrugem do trigo, causada pelo fungo UG99, que estão destruindo segmentos cada vez maiores do estoque mundial de alimentos e que em duas ou três décadas não haverá fósforo suficiente para atender às necessidades de produção de alimentos, de acordo com Global Phosphorus Research Initiative.

Em conformidade a CASTI (2012), o mundo vem enfrentando uma escassez crescente em três elementos que são fundamentais a continuação da vida humana no planeta terra, que são: água, energia e alimentos, o que pode acarretar em desastre até 2030.

Sobre a crise da produção de alimentos, o autor destaca como fatores causadores: a escassez da água; a erosão do solo e perda de terras férteis; as condições extremas e fenômenos climáticos, tais como o aquecimento global; e um crescente aumento no preço do petróleo.

Esses fatores contribuem para o declínio do abastecimento global de alimentos, os quais somados a fatores relativos à demanda podem acarretar consequências mais danosas à permanência do homem nesse planeta. Em relação a esses fatores, o autor relaciona o crescimento populacional (a população mundial cresce a uma razão de mais de duzentas mil pessoas por dia); e a mudança de hábitos alimentares, ou seja, a substituição de uma dieta de subsistência para consumo de mais carne, leite, ovos e produtos ricos em grãos, sendo necessários 7 quilos de grãos para produzir meio quilo de carne, entre outros.

O autor nos aponta como sugestão para solução da crise de alimentos contrabalancear a oferta e demanda na fonte. Para isso outros fatores devem ser envolvidos. Deve-se pensar na administração eficiente de águas e terras férteis, em como reduzir-se as emissões de carbono em 80% até a próxima década, com o fim de se evitar catástrofes (enchentes, furacões, secas e eventos similares decorrentes do aquecimento global) e, por fim, realizar-se uma mudança na política governamental.

É, não nos parece nada simples e fácil lidar com todas essas variáveis. O que fazer então? Continuemos a pensar.

O tema é máscaras e fantasias e eu me impinjo uma questão. Quando o homem deixará de lado sua máscara, de ‘ser civilizado’, ‘ser equilibrado’, ‘ser sociável’?

Em que momento colocará à margem a fantasia que ele próprio produziu, de viver num Estado de Bem-Estar Social já falido há tempos?

Que seja breve esse tempo que o homem levará para a descoberta, o de se autorresponsabilizar pelo cenário atual. E por que tudo isso?

“A razão é muito simples: nunca antes na história da humanidade os seres humanos estiveram tão vulneráveis a um gigantesco, quase inacreditável, downsizing em seu modo de viver quanto hoje em dia”, nas palavras do próprio Casti.

Este texto faz parte do Exercício Criativo - Máscaras e Fantasias

Saiba mais, conheça os outros textos http://encantodasletras.50webs.com/mascarasefantasias.htm

RosalvaMaria
Enviado por RosalvaMaria em 28/09/2015
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