RETROSPECTIVA

Há um ano, minhas percepções estavam distorcidas por inúmeros problemas... eu sentia falta de confiança na minha capacidade de resiliência, e uma profunda tristeza por causa da sensação de impotência. Restavam poucas coisas que eu realmente poderia resolver, e na época as soluções eram meramente paliativas ou extremamente amargas.

Independentemente da minha vontade, os fatos aconteciam a minha revelia e, em decorrência de minhas atitudes, consegui piorar as circunstâncias. Como em uma tempestade perfeita, os nexos de causalidade entre as ações e omissões do passado convergiram todas em um instante, intensificada por fatores aleatórios que poderiam não ocorrer – mas aconteceram.

Quando conseguimos abstrair, e literalmente nos afastar dos problemas, temos a capacidade de racionalizar melhor acerca do assunto – da mesma forma, às pessoas que acompanham de fora podem dar suas opiniões. A questão básica é conseguir deixar de se influenciar pelos sentimentos invariavelmente nocivos que impedem a nossa mente ficar tranquila.

Algumas pessoas buscam auxílio profissional com psicanalistas, psicólogos... recorrem aos fármacos... entregam sua vida a uma crença religiosa... ou simplesmente desistem.

Qualquer forma de apoio é importante, desde que tenhamos a capacidade de não sabotar aquilo que realmente temos de fazer, por criar cenários de justiça particular e paralelos mundos em que às coisas aconteceram de forma diferente. Infelizmente, nem sempre sorrimos...

Nessa retrospectiva, acabei percebendo algo que era imperceptível... uma escolha que eu fiz ao declinar o convite de tomar um suco – e consequentemente, conhecer uma pessoa. Eu acredito no conceito da causalidade, assim como tenho fé em Jesus Cristo, nosso Senhor. Existem questões que simplesmente não estão sob o nosso arbítrio, e muitas outras que pareciam insolúveis, miraculosamente são resolvidas.

Viver é isso: uma sucessão de acontecimentos previstos ou imponderáveis, no qual superamos, decaímos ou literalmente sobrevivemos. Há um ano, meu espírito estava dilacerado, mas tive a humildade de pedir ajuda e me reestabelecer. Muitas coisas que me incomodavam não foram resolvidas, assim como não consegui me desvincular de alguns aspectos da minha personalidade... apenas melhorei como pessoa. De outras coisas eu consegui me desvencilhar, ao ponto de não incomodarem – precisava colocar um ponto final naquelas histórias.

Eu estou seguindo um novo caminho, escrevendo uma história... sinceramente, não sei qual será o desfecho – apesar de eu conseguir imaginar ela muito mais bonita do que os capítulos anteriores da minha vida. Eu semeei muitos ventos, e colhi tempestades... agradeço muito por estar firme hoje.

SEBASTIÃO SEIJI
Enviado por SEBASTIÃO SEIJI em 28/09/2015
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