VIDA BIZZARA!

Bizarro é a imagem do espelho, a sombra de Jung e o diabo cristão. Bizarra é a vida invertida, quando os valores que nos tornam humanos são vulgarizados nas praias da Turquia, num país afundado em crise por incompetência Administrativa e Política; bizarro é o olhar desolador dessa gente brasileira tão guerreira perdendo os seus empregos e se perguntado: o que vem em seguida?

Bizarro foi a família que eu vi no metro esses dias. Eles pediam esmola em uníssono, vestindo trapos e encenando seus dramas sedentos de trocados e de penas. Só faltou a cadela baleia e o xique-xique do sertão para completar suas Vidas Secas.

Bizarra foi a confissão de uma amiga minha em relação a sua vida amorosa: "não posso falar com você, Frank, pois o meu namorado é muito ciumento e se souber... ". Se souber o quê? Ele já sabe que ela perdeu a identidade que o atraiu em primeiro lugar; ele já sabe que ela está cedendo aos caprichos dele em mantê-la dentro do porão do " amor" que ele está edificando em nome do amor dos dois. Medonho é o ciúme que destrói relações e proíbe as asas de uma pessoa de voar.

Bizarro é a vontade de mudar algo com um simples texto. Talvez se esse texto tivesse sido psicografado, ele seria menos bizarro na tentativa de fazer alguém pensar. Talvez se eu mudasse o nome do autor para desconhecido, ele seria espalhado pelas redes sócias e todos se dariam conta o quão bizarras são picuinhas que todos fazemos, ou se não fazemos, fingimos não ver.

Bizarro, por fim, é o oposto do super-homem/mulher maravilha em nós. É quando falhamos em nossos sonhos por termos medo de tentar. É quando deixamos de voar por causa do ciúme de nossos companheiros. Bizarro é quando nos tornamos cidadãos invisíveis em um pais gerenciado por políticos medonhos com atitudes ridículas; mantidos no poder por famílias como aquela que vi no metrô...muito bizarro!