COMO VENTO E FOLHAS

Faço pequenas viagens quando penso na vida.

Ouço o grito do vento agoniado;

Presto atenção a cada som que ele emite;

Sem nada entender do que ele quer dizer.

Suponho que os galhos das árvores que ali estão

Sejam como a família e as folhas cada um de nós

E que com o balançar do vento se aproximam pra falarem do hoje.

Sinto-me num silêncio repleto de sentimento que brota de fora pra dentro e de dentro pra fora...

Mensagens que vêm não sei pra quê?...

Desejos que vão não sei pra onde?...

Gente agredindo gente sem ter um porquê!

Morte, sangue jorrado ao chão estampado na primeira página do jornal como uma pintura surreal.

Valores perdendo-se entre folhas e vento

Ora, mas quem entende o que o vento diz?...

E, num vaivém de idéias eu mergulho fundo no ócio em que me encontro

Tiro proveito de cada folha caída vítima da força do vento

Então, nesse turbilhão de idéias penso que pessoas horas são vento, horas são folhas.

Conseguirão as folhas sobreviverem ao caos dessa ventania?