Entradas e bandeiras nordestinas

Foi fugindo da fome e da seca que chegaram os nordestinos com as suas levas de meninos para construir São Paulo e Rio de Janeiro. E morar pendurado em um morro ou em uma viela de favela causou bem-estar de uma mansão.

Estou comprando em uns “secos e molhados”. Agora pertenço a minha nação. Quando chegaram no Paraná (por que não ficaram lá?), eles metiam a gente na cadeia por qualquer besteira. A gente sai de lá com um aviso de que da próxima vez vai levar uma taca (surra). E por incrível que pareça lá a lei funciona, se parece muito com a terra do Tio Sam.

Entrevistei Minas Gerais, deixaram para trás. Quis saber o porquê “nem seu moço, não tem alvoroço”, povo calado cheio de “não me toques”. Não abrem mão de Seu Roque, sociedade fechada e lá as famílias funcionam, não abrem espaço para nossas feiras e em suas cafeteiras nunca falta café e nem gostam de ouvir falar em forró. Não avisam duas vezes a qualquer freguês ou cidadão e é muito difícil você encontrar um mineiro legítimo de pescoço curto e um cabeção. Nem me fale em Porto Alegre com aquele povo estranho (bombachas), lá faz tanto frio que os meninos nem conseguem chorar.

Que felicidade! Fiz a América, estou voltando a minha cidade (Nordeste), rico em experiências e cheio de tradições. Descobri que eles pregam a moral, mas não conseguem vivê-la.

moraesvirada
Enviado por moraesvirada em 27/06/2007
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