Joguetes

Admiro as relações que não se rendem aos joguetes, que são sinceras e espontâneas, relações saudáveis e que existem cada vez menos. Hoje temos a falsa ideia de que quem vence é o mais esperto, não se pode falar a verdade, não se pode ser sincero, o jogo não permite. Larga na frente o mais frio, aquele que não dá o braço a torcer, aquele que não puxa conversa, aquele que demora mais responder, ganha vantagem o que visualiza a mensagem e não responde o que não assume que está com saudades, o que é frio e calculista. Se você ligar no dia seguinte dizendo que gostou da noite anterior, se responder rapidamente aos sms e se acaso se mostrar disponível, perderá ponto. Tudo deverá ser maquinado, falar sobre sentimentos te fará perder vantagem, aja friamente e voltará a ter chances no jogo. Se não souber jogar, sinto muito, GAME OVER pra você. É uma lista infindável do que pode ou não pode, são as regras do jogo. Isso realmente cansa, você não pode ser você, não pode ser sincero, não pode agir naturalmente porque tudo que fizer ou disser será usado contra você posteriormente. Admiro quem faz o que dá na telha, que assume os riscos de ser o que é, e que se danem os que jogam, tendem a ficar solitários por terem medo do que sentem. Relações construídas através de joguetes não perduram por muito tempo, não dá pra forjar o tempo todo, mais cedo ou mais tarde a casa cai e quem se julgou muito esperto perde feio no final.

Mariany Mendes
Enviado por Mariany Mendes em 29/10/2015
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