A INVESTIDA CONTRA OS "S"

A Excelentíssima Senhora Presidente da República com os seus ministros e todos do comando do País que estão nos parecendo sem rumo e sem prumo procuram dinheiro por todos os lados tentando diminuir o tamanho dos buracos proporcionados pelos erros administrativos, pela corrupção que enchem de vergonha, de revolta e de indignação a quem tem princípios, noção de honestidade e do que é de sua propriedade e o que pertence a outrem e ainda tem acesso ao mínimo de informações e possui um pouquinho de discernimento. Mas reduzir os gastos para eles parece ser pecado ou crime. A nossa presidente declarou em rede nacional de televisão que “...eu errei, eu reconheço que errei...” e prometeu consertar as coisas e que “...o remédio vai ser amargo...”. Ela errou e nós arcamos com o amargor do remédio. Que os reparos sejam urgentes e eficazes.

Após ser empossada para o segundo mandato a senhora presidente anunciou incentivos à educação e recebeu o título pomposo e sugestivo de “Pátria Educadora”. Para tal esperávamos um programa bombástico, um grande número de opções no sentido de incrementar o ensino em todos os níveis, para todas as faixas etárias, em todas as modalidades incluindo cursos profissionalizantes variados e abrangendo o País inteiro. Falta de trabalhadores qualificados existe bem como interessados e necessitados em qualificação profissional. Fiquei um tanto alegre e outro tanto desconfiado com o tamanho do estardalhaço feito com o “Pátria Educadora” para um País tão sem educação, um povo tão despreparado e carente de oportunidades, de realizações e cansado de promessas enganosas. Não deu outra! Agora os mesmos que anunciaram a mentira do propalado “Pátria Educadora” estão investindo em cima dos “S”, SENAI, SESI, SENAC, SESC e quem sabe SENAT, SENAR e outras organizações afins, QUE NÃO SÃO ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS como muitos pensam e sim entidades mantidas e administradas pelas empresas dos ramos industriais, comerciais, de transportes e rurais. O poder público federal quer o dinheiro dos “S”, SENAI, SENAC e dos demais “S”, estimado em R$6.000.000.000,00, isto mesmo, seis bilhões de reais, dinheiro dos contribuintes obrigatórios destas instituições que, repito, não pertencem ao poder público, organizações fantásticas, competentes, sérias, atuantes e de grande utilidade para a nação e para tantos que foram, estão sendo e poderiam ser treinados e assistidos por elas.

Quem não conhece a o funcionamento dessas entidades de formação profissional e assistenciais fica pensando que os valores gastos em suas atividades são oriundos do Tesouro Nacional. Engano. Mas o dinheiro passa pelos cofres públicos e é aí que mora o perigo. Entendendo a dinâmica do processo: As empresas industriais contribuem com 1% da folha de pagamento dos seus funcionários para a manutenção do SENAI e 1,5% para o SESI. Notem bem, não é descontado do trabalhador é contribuição legal por parte das empresas.

Creio que os outros “S” também funcionem assim. Só que a arrecadação desses fundos é feita pelo INSS, o prestador do serviço, tendo em vista a sua estrutura espalhada por todo o território brasileiro. Os montantes deveriam ser repassados imediatamente para os seus verdadeiros donos, descontados os valores pela prestação do serviço do recolhimento. Sabemos que para receber as entidades públicas são mais ágeis do que para pagar ou repassar.

Quero ressalvar a possibilidade de erros numéricos por não ter acesso recente para atualização.

Trabalhei no SENAI durante dezenove anos dos quais, quase dezoito anos na área de treinamento, como instrutor, analista, programador e outras atividades afins. Passaram pelos meus cursos quase doze mil participantes aos quais sou grato, pois, cada um me ensinou um pouco. Estou quase completando vinte anos que me aposentei e passei a trabalhar no comércio mas nunca deixei de acompanhar o que acontece no ensino, principalmente profissionalizante que não recebe a devida atenção participativa do poder público. Não desconheço as escolas e cursos oferecidos mas estão muito aquém das necessidades das pessoas e das empresas sendo que estas gastam somas consideráveis na formação e no aperfeiçoamento dos seus trabalhadores para atingirem o nível técnico demandado. E isto gera despesa que obviamente é somada ao custo de produção a ser cobrado do consumidor.

Senhores empresários dos ramos industriais, comerciais, agroindustriais e do transporte, atuem junto às suas confederações para que as mesmas reajam e não permitam que os seus legítimos recursos tão bem administrados venham cair nos buracos da administração pública. Não permitam o retrocesso nem a transferência da responsabilidade do poder público para essas entidades tão competentemente atuantes em prol dos trabalhadores com reflexos tão positivos nas empresas. Quem cavou ou não teve competência para impedir que o fizessem que resolva, mesmo aplicando os remédios amargos que teremos que engolir.

OBSERVAÇÃO: Resolvi escrever esta crônica para melhor esclarecer o que consta no acróstico postado anteriormente.

Divinópolis, 06-11-2015.

JFerreirinha
Enviado por JFerreirinha em 06/11/2015
Reeditado em 07/11/2015
Código do texto: T5440041
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