Betinho Vive

Li que Betinho ( Herbert José de Souza) sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiro, afirmou em seus últimos dias de vida na terra que pretendia fazer a Deus muitas perguntas. Será que Betinho tinha muito ainda o que perguntar quando demonstrou saber tanto responder? Nesta vida temos que dar nossas respostas a Deus, e parece que ele as soube dar.

Betinho sempre soube dar suas respostas ao mundo. E o que foram suas respostas? Foram seus exemplos de paciência, de altruísmo e de esperança nos homens, de caridade e de amor ao próximo, de resignação, de dor contida num sorriso terno e num olhar meigo que mais lembrava um menino.

Deu respostas como um lutador e reacionário perante as injustiças dos homens, como pensador que foi de nossos problemas filosóficos, políticos e sociais, econômicos e morais, reviveu toda a fleuma de um herói. Herói indígena, herói negro, herói dos oprimidos e famintos, herói profetizador do bem e das grandes causas, vidente de nossas carências, crítico de nossas desgraças, planejador para nossas soluções mais prementes, um agente da práxis, um mártir que superou a degradação da doença e da dor.

Mas não se foi! Viverá sempre através das raízes que plantou. Tudo que plantou está entre nós, dentro de nossas lembranças e de nossas consciências. E, agora, resta-nos lembrar que raízes devem brotar e dar ramos, formar árvores com flores que devem produzir frutos. Destacou-se em seu trabalho mais importante, dentre outros, AÇÃO DA CIDADANIA CONTRA A FOME, A MISÉRIA E PELA VIDA.

Sua garra é um exemplo e nos faz falta. Betinho- o sonhador lutador. Mais do que nunca que nos inspire em nossas lutas pelo bem comum, pela moralização e justiça, para a amenização de todos os nossos problemas. Morto há 17 anos ( 1997) , mas não será esquecido. Betinho não morreu! Mesmo porque ninguém morre, só muda, passa. São frases dele: “ Só a participação cidadã é capaz de mudar o país.” “Quem fica na memória de alguém não morre.”

E sabemos bem, muito menos morrem os heróis e os santos.