Entre peças e praças

Sargento nas forças armadas (FFAA) é a patente máxima entre as praças. E praças é um grupo formado pelos próprios sargentos, pelos cabos e pelos soldados. Ainda hoje os grupos sobreviventes de pracinhas na Segunda Guerra Mundial, participam de desfiles e comemorações em datas pátrias.

O grupo dos sargentos em praças, ainda esta dividido em três classes, como soldados mais qualificados, os subgrupos: primeiro-sargento, segundo-sargento e terceiro-sargento. Diante da corporação todos são sargentos e devem se apresentar como sargento. Uma estratégia da dominação e do controle, criando escalas e hierarquias dentro de um grupo. E se um oficial diante a um pelotão der uma voz de comando: “Atenção sargento!”, muitos da tropa, ou todos os sargentos, ficarão em posição de “atenção”, independente de suas posições hierárquicas: seja primeiro, segundo ou terceiro.

Alguns sargentos podem chegar a uma posição de suboficial, que não é um oficial completo. Em raríssimas exceções chegarão a oficiais, como um tenente que é um oficial subalterno. O oficial precisa vir de Escolas, de uma formação em Academia, para então atingir as classes mais altas, de oficiais superiores.

E dentro da FFAA o sargento é o elo entre os oficiais e a tropa. O sargento deve sempre estar pronto a obedecer às ordens do oficial, que comanda a corporação, fazendo com que a tropa de cabos e soldados, cumpra as determinações vindas do oficialato.

Em uma oficina também podemos encontrar cabos e soldados, os elementos fixadores e elementos fixados. E inclusive sargentos, que é um instrumento, um artefato para prender objetos sobre uma bancada de trabalho. Um elemento fixador, com mobilidade, para mudar de lugar ou de bancadas, que não oferece outras utilidades, apenas prender peças, para que outra ferramenta realize um trabalho. É o elo entre a peça e o executor do trabalho, um elo entre o executor da arte e a arte, um elo entre o intelecto e a práxis. Com cabos, sargentos, e soldados, fica mais fácil o trabalho em uma oficina, seja ela mecânica ou elétrica. Com patentes de cabos,

sargentos, e soldados, fica mais fácil o trabalho em uma oficina de guerra. Entre praças e peças o oficial domina e controla uma oficina.

Nas escolas que formam oficiais, o sargento tem o poder de mandar o aluno fazer flexões, quando o aluno comete deslizes, na hora da educação física. Outro momento que o sargento tem um poder sobre o aluno que um dia será um oficial, é durante as aulas de ordem unida. Aulas para o aluno aprender a marchar, conhecer toques de corneta e ordens de comando. É preciso que o aluno futuro oficial, conheça o que acontece na base da pirâmide, a base da tropa, que um dia estará a seu comando. O sargento pensa com os músculos e determina que o aluno utilize seus músculos. Conhecimentos intelectuais ficam a cargo dos oficiais. Caso o aluno não cumpra as determinações do sargento, na educação física ou na ordem unida, este encaminhará uma denuncia a um oficial.

Mas há um momento que o sargento pode comandar. Comandar uma pequena tropa, quando é formada uma patrulha. Uma patrulha é formada por um pequeno efetivo, composto de cabos e soldados. Um grupo variando entre meia dezena ou meia dúzia de homens. Ai então o sargento pode exercer uma função de comandante, colocar para fora seus anseios de ser um oficial. Colocar em pratica sua voz de comando. Cinco a seis homens estão ao seu comando, sem um oficial para observar. E assim fica fácil controlar o efetivo a seu comando, E contar sua tropa apenas contando os dedos.

Uma das funções de uma patrulha é hostilizar, e aliada a uma grosseria nativa, a grosseira vivida em um quartel, o sargento alistado e vindo do interior saberá então muito bem aplicar, em sua pequena tropa, ou nos elementos alvos de sua missão. Outra função da patrulha é buscar informações sobre o inimigo e trazer de volta ao comando. Uma patrulha pode levar ou trazer informações.

Acampado entre Natal/RN e Parnamirm/RN em 05/01/15

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http://www.publikador.com/opiniao/maracaja/2015/01/entre-pecas-e-pracas/

Roberto Cardoso (Maracajá)
Enviado por Roberto Cardoso (Maracajá) em 14/11/2015
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