SOMOS TODOS IGUAIS PERANTE DEUS

Sexta-feira 13 no inconsciente coletivo de muitos, é um dia de azar e maus pressentimentos. Nesta última noite de sexta-feira 13 de 2015 ficará registrado na história da humanidade um triste episódio; até que ponto a barbárie humana é capaz de chegar em nome de uma "fé" cega e doentia mas com facões afiados prontos para decapitarem quem ouse pensar diferente. Tão covarde e repugnante quanto o massacre em Paris, é vinculá-lo ao islamismo, como desejam os terroristas que se apropriam de fragmentos da teologia islâmica para justificar seus atos abomináveis. Importantes teólogos muçulmanos rechaçam publicamente o terror, e negam com veemência que atentados suicidas garantam a seus responsáveis acesso direto ao "céu”, o paraíso prometido por Maomé. O chamado "Estado Islâmico", ao usar este nome e assumir-se como uma potência multinacional “iluminada” por Alá com objetivos políticos e expansionistas no oriente médio, agrava ainda mais esta visão retrógrada apressada de uma realidade geográfica fragmentada e complexa. Os radicais estão por toda parte, e aqueles vinculados de forma doentia a certos segmentos religiosos (o terrorismo alcança também núcleos cristãos, budistas, hindus, etc) reforçam o sectarismo, a intolerância e o suposto direito de eliminar o "diferente". Nada mais distante da ideia de um Deus soberanamente justo e bom - prevalente em muitas culturas - que não é exclusivista, que é de todos e não de alguns, e que expressa seu aspecto mais belo e exuberante justamente na diversidade. "A beleza do jardim de Deus está na diversidade das flores", alguém já disse. Esse é o ponto de partida do movimento inter-religioso que promove mundo afora a aproximação dessas diferentes correntes espirituais na busca dos aspectos convergentes de cada doutrina. O fanatismo é expressão de desequilíbrio. Se representa ameaça a sociedade, precisa ser enfrentado com energia e eventual uso da força. É assustador quando vemos bem próximo da gente uma pequena minoria, que se diz “evangélica” na cidade maravilhosa praticar apedrejamentos aos nossos irmãos do candomblé ou da umbanda. A verdadeira fé preconiza a paz como princípio universal, respeitando todas as crenças ou ausência delas. A numerosa comunidade muçulmana de Paris - bem como de toda a Europa - deverá pagar nos próximos meses um preço muito caro por este banho de sangue promovido por radicais alucinados e, agravando ainda mais, a situação dos imigrantes sírios que fogem de suas terras por perseguições religiosas, fome, misérias e radicalismos, guerras entre irmãos. Que os episódios lamentáveis desta sexta-feira (13) não reforcem ainda mais o preconceito, o estigma e a intolerância.

Paz na Terra aos Homens de boa vontade.

Jô Pessanha
Enviado por Jô Pessanha em 14/11/2015
Reeditado em 15/11/2015
Código do texto: T5448752
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